Entre hoje e amanhã Luanda assume também o estatuto de capital da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), já que, Angola assume no biénio 2021-2023 a presidência rotativa da organização.
A implementação do pilar económico e a assinatura do Acordo de Mobilidade, que irá permitir a livre circulação de pessoas e bens, são os pontos-chave desta presidência numa altura em que a CPLP celebra 25 anos de existência.
Portugal está representado na Cimeira da CPLP, em Luanda, que junta este sábado os Chefes de Estado e de Governo dos nove países membros, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Á chegada a Luanda o presidente português assumiu estar confiante que o encontro que junta os líderes lusófonos será “uma grande cimeira virada para o futuro”.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “temos um Acordo de Mobilidade com os países da CPLP. Um acordo que foi complicadíssimo de negociar e uma ideia que nasceu largamente por iniciativa do primeiro-ministro português, António Costa, tendo merecido o imediato apoio do Cabo Verde”.
O Chefe de Estado português não tem dúvidas que este acordo, que se espera ser assinado no final da XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP de amanhã, “é um triunfo fundamental, que diz respeito à vida das pessoas, sobretudo de estudantes, trabalhadores ou empresários”.
A Cimeira de Luanda é dedicada ao tema “Fortalecer e Promover a Cooperação Económica e Empresarial em Tempos de Pandemia, em prol do Desenvolvimento Sustentável dos Países da CPLP”.
Hoje já está a decorrer o Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, no qual, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Rui Figueiredo Soares, desejou boa sorte à presidência angolana representada pelo seu homólogo Téte António.
O Chefe da diplomacia cabo-verdiana sublinhou que “o futuro comum é avesso aos isolacionismos e sobreposição de interesses individuais aos coletivos”. Numa alusão à crise sanitária trazida pela Covid-19, que tem tido “consequências duras” para os países da CPLP, Rui Figueiredo Soares realçou que “o problema de um é um problema de todos”.
Por seu turno, o ministro das Relações Exteriores de Angola sublinhou o desafio que a pandemia representa para os países da CPLP registando-se perda de vidas humanas, aumento do desemprego e da pobreza.
Face a este cenário, Téte António alertou que “impõem-se ações políticas concertadas e inclusivas e apoio técnico e financeiro aos países mais pobres e vulneráveis”. Ainda assim, o governante angolano considerou que estes são “tempos de oportunidades para uma maior união e cooperação” no seio da organização no sentido do desenvolvimento económico e social.
A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Contas feitas pelo secretário executivo cessante do organismo, Francisco Ribeiro Telles, revelam que os nove países juntos representam 4% do PIB mundial.
Em 2014 a CPLP contava com três países observadores, mas a expetativa é que durante a Cimeira de Luanda entrem mais dez novos países observadores totalizando assim cerca de 30 entidades com este estatuto.