Após um ano de discussões em contexto pandémico, líderes do setor da mobilidade, reunidos pela EY-Parthenon no Future of Mobility Think Tank, identificam falta de interligação entre as diferentes redes de transporte e plataformas de mobilidade nos centros urbanos e pedem maior cooperação entre público e privado.
Segundo uma nota a que a FORBES teve acesso, a pandemia da Covid-19 alterou profundamente as necessidades de mobilidade dos portugueses, lançando desafios inéditos aos vários agentes desta indústria. “A chave para a resolução desses desafios está numa maior cooperação entre os vários ecossistemas do setor e, principalmente, entre as entidades públicas e privadas”, refere o documento.
Para os executivos do ramo da mobilidade em Portugal, que participaram no grupo de trabalho para debater a mobilidade no país, promovido pela EY-Parthenon, a maioria dos centros urbanos do país não oferece uma verdadeira interligação das diferentes redes de transportes e plataformas de mobilidade, o que prejudica a capacidade de responder às necessidades atuais e futuras da vida quotidiana.
Durante os últimos 12 meses que estiveram reunidos no Future of Mobilitity Think Tank, o grupo de trabalho identificou cinco temas que afetam todos os sistemas de mobilidade em Portugal – crescente urbanização; crescentes expectativas de personalização, flexibilidade e integração; abertura à economia de partilha e importância da gig economy; forte envelhecimento da população; e agenda da sustentabilidade – e aos quais se juntou a disrupção provocada pela covid-19.
“Gerir um negócio que tem como objetivo transportar pessoas e carga quando as pessoas não se podem mover e a carga tem de ser transportada até às pessoas é desafiante. Foi este desafio de gestão da mobilidade num contexto de especial incerteza que serviu de base ao arranque dos trabalhos. Com sucessivos períodos de restrições e a proliferação do teletrabalho, a mobilidade para os locais de trabalho caiu cerca de 65% durante o primeiro período de confinamento”, refere Miguel Cardoso Pinto, partner da EY Portugal e líder da EY-Parthenon.
Face aos constrangimentos na mobilidade, o inquérito que a EY-Parthenon conduziu no âmbito deste Think Tank mostram que cerca de 23% dos consumidores da geração Z (atualmente entre 18 e 25 anos) pretendem adquirir uma viatura privada até Março de 2022. Adicionalmente, mais de metade dos residentes em território nacional esperam trabalhar total ou parcialmente (pelo menos um dia por semana) de forma remota num contexto pós pandemia, impondo constrangimentos adicionais ao setor do transporte público.
O grupo de trabalho para debater a mobilidade em Portugal, promovido pela EY-Parthenon, juntou presidentes e executivos de topo de múltiplos setores como transporte público, gestão de infraestruturas, plataformas de mobilidade, telecomunicações, tecnologia, utilities, serviços financeiros, retalho, logística e distribuição, entre outros, públicos e privados, da academia, do lado da operação e da regulação.