Portugal ficou em 7.º lugar no indicador global de literacia financeira, entre os 26 países participantes, registando resultados acima da média neste indicador global e nos indicadores de atitudes e comportamentos financeiros.
Os resultados do 3.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa, conduzido em 2020 (antes da pandemia de Covid-19), divulgados na quarta-feira (30), indicam que cerca de 61% dos entrevistados afirmam ter capacidade de pagar uma despesa inesperada de montante equivalente ao seu rendimento mensal sem ter de pedir dinheiro emprestado ou a ajuda de familiares ou amigos.
Por outro lado, destaca o inquérito, que cerca de 62% referem ter rendimento suficiente para cobrir o seu custo de vida (proporções semelhantes às de 2015), mas que há pouca tendência para a realização de compras por impulso e para comportamentos associados a situações de incumprimento.
A auscultação refere ainda que os portugueses auscultados cerca de um quarto dos mesmos afirma que, se perdesse a principal fonte de rendimento, conseguiria pagar as suas despesas por um período igual ou superior a 6 meses (13,7% em 2015).
Este relatório que a FORBES teve acesso, indica que a maioria dos portugueses entrevistados (80,8%) demonstra preocupação com o planeamento e controlo do orçamento familiar, enquanto que 65% referem ter poupado no último ano (68,3% em 2015).
Portugueses aumentam o hábito de aplicar dinheiro
A proatividade na aplicação de poupança é também destacado no inquérito, que revela que comparado a 2015, os portugueses em 2020 foram mais proativos na aplicação de poupança.
“Cerca de um terço dos entrevistados continua a referir que aplicou dinheiro em depósitos a prazo e aumentou a proporção dos entrevistados que investem em ações, obrigações ou fundos de investimento (9,4% em 2020 e 3,9% em 2015). Alguns entrevistados referem ainda o investimento em criptoativos ou em ofertas de distribuição inicial de criptoativos (Initial Coin Offerings ou ICOs)”, diz o relatório.
Os resultados de Portugal ficam abaixo da média dos países participantes no exercício de comparação internacional no indicador de conhecimentos financeiros. A posição do país em termos de conhecimentos financeiros está associada a questões de numeracia financeira, uma vez que menos de metade dos entrevistados (42,5%) calcula corretamente juros simples, proporção que desce para 31% nos juros compostos.
Ainda assim, a generalidade dos inquiridos (87,4%) responde corretamente ao valor de juros a pagar num empréstimo de 25 euros por um dia e mais de metade (55,5%) reconhece a perda de poder de compra decorrente da inflação.
As entrevistas do 3.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa foram realizadas porta-a-porta, em todo o território nacional. A amostra incluiu 1502 entrevistados, com 16 ou mais anos, e foi estratificada de acordo com critérios de género, idade, localização geográfica, situação laboral e nível de escolaridade.