A portuguesa Flecto teve origem como Rnters, um marketplace de aluguer para todo o tipo de artigos. De resto, ainda hoje o endereço eletrónico Rnters remete para a Flecto.
Foi no início de 2020 e entre dois importantes programas de aceleração (Maze-X e Techstars), os responsáveis da empresa perceberam que o produto já estava a ser utilizado por empresas de aluguer de forma semelhante a um “Shopify para alugueres”.
“Criou-se uma oportunidade para resolver os principais problemas da indústria de aluguer de equipamento, tanto no que toca à segurança, à digitalização, como à criação de lojas online”, salienta a empresa.
Foi isto que impulsionou a transformação de um marketplace de aluguer peer-to-peer para uma plataforma onde as empresas podem gerir operações de aluguer e alavancar as vendas através de uma loja online.
Agora, a Flecto angariou 1,2 milhões de euros numa ronda de investimento liderada pela MSM, Übermorgen e Techstars.
De acordo com a empresa, este investimento “vai permitir a transição do modelo de negócio de centenas de empresas, abrindo a possibilidade de poderem fazer parte da crescente economia circular e de implementarem ou testarem o modelo de subscrição e aluguer de produtos”.
Ao apostar num modelo de aluguer consegue-se uma maior rotação dos produtos, prolongando o seu ciclo de vida e reduzindo a necessidade de recursos não renováveis.
Explica a Flecto que as tradicionais empresas de retalho procuram cada vez mais modelos circulares, não só pela preocupação ambiental, mas por ser um mercado lucrativo, de grande fidelização e recorrência dos clientes.
A Flecto pretende permitir que estas empresas iniciem operações de aluguer junto dos seus clientes, acelerando o seu processo de adaptação a modelos mais sustentáveis e que vão de encontro a uma nova geração de consumidores, que privilegia mais o acesso do que a posse.
Através da plataforma Flecto, qualquer marca pode oferecer uma alternativa à compra e, deste modo, fazer parte da economia circular, um mercado que só na Europa Ocidental vale 36 mil milhões.
“Há cada vez mais empresas e pessoas à procura de modelos alternativos à compra e venda: só precisam das ferramentas certas para entrarem na Economia Circular”, aponta Guilherme Guerra, co-fundador e CEO da Flecto.
A empresa dá conta de que possui mais de 150 clientes como a Click and Play Rent, Comercial Foto e Lisboa Autêntica, entre outros, os quais, através da Flecto, disponibilizam múltiplos artigos para alugar como material fotográfico e de vídeo, sistemas de som ou luz, consolas de jogos, computadores, drones ou bicicletas.
Na Flecto, o registo de cada aluguer é flexível e a experiência personalizável a diferentes operações de aluguer, permitindo digitalizar documentos de identificação, cobrar pagamentos, serviços e/ou cauções de forma fácil e digital.
As empresas têm também acesso a uma apólice de seguro profissional para proteção de todos os seus produtos e a possibilidade de criarem a sua loja online.
“Quando nos apercebemos que as empresas já estavam a usar a Rnters para terem canais de venda online e para gerirem o seu inventário vimos que havia uma oportunidade e que a nossa plataforma era um ótimo ponto de partida para resolver os principais problemas da indústria de aluguer de equipamento. Tanto no que toca à segurança, à digitalização de processos, como à criação de lojas online. Foi isto que impulsionou a transformação de um marketplace de aluguer peer-to-peer para uma plataforma onde as empresas podem gerir operações de aluguer e alavancar as vendas através de uma loja online”, refere Guilherme Guerra, co-fundador e CEO da Flecto.