Portugal, apesar de ter alcançados níveis históricos de pessoas empregadas – número que atinge atualmente os 5,1 milhões de profissionais –, continua muito abaixo da média europeia no que diz respeito à qualificação dos seus Recursos Humanos. Segundo um estudo realizado pela Randstad, multinacional especializada em recrutamento, emprego e formação, 35,2% dos trabalhadores em Portugal têm um baixo nível de qualificação, tendo, no máximo, o ensino secundário obrigatório, valor este que representa o dobro da média europeia.
Relevante é ainda o facto de, segundo os dados do Eurostat, o emprego em Portugal volta a atingir níveis nunca antes alcançados, com uma taxa de emprego a situar-se nos 72,2%, para pessoas entre os 16 e os 64 anos, superando a média europeia em 1,6 pontos percentuais.
No geral, a taxa de emprego situou-se em 56,3%, sendo 4,25 milhões de profissionais assalariados, dos quais 84% têm contrato sem termo .Consequentemente, a taxa de desemprego entre os mais jovens também decresce, tendo caído um ponto percentual, apesar de ser ainda quatro vezes superior à média do país, que se situa em 6,1%.
No caso dos desempregados, verifica-se que mais de metade destes – cerca de 52,4% – não completaram o ensino secundário. Isto pode indiciar que esta falta de qualificações pode prejudicar a procura de emprego.
O mesmo estudo mostra ainda que o valor médio das remunerações foi de 1.456,78 euros, dados referentes a maio de 2024, o que representou um aumento mensal de 1,2%. Lisboa foi a cidade portuguesa que apresentou o maior valor médio de remuneração, ao alcançar os1.726,32 euros.
O destaque vai ainda para as novas formas de trabalho: o número de pessoas em regime de teletrabalho aumentou em 41,9 mil durante o segundo trimestre, superando o milhão de indivíduos, ou seja, representa 21% do total de empregados. Apenas a Península de Setúbal e Lisboa estão acima da média nacional.
Apenas 34% dos empregados têm curso superior
A Randstad Research analisou as estatísticas relativas ao mercado de trabalho no segundo trimestre deste ano, utilizando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o Ministério do Trabalho, o Banco de Portugal e a Eurostat. Concluiu que, da população empregada, apenas 34,2% possuem qualificações do ensino superior e, entre estes, regista-se uma taxa de emprego de 80,2%. Para os que possuem estudos secundários e pós-secundários, a taxa de emprego está 10,7 pontos abaixo.
Analisando agora a franja dos desempregados, verifica-se que mais de metade destes – cerca de 52,4% – não completaram o ensino secundário. Isto pode indiciar que esta falta de qualificações pode prejudicar a procura de emprego e justifica ainda que mais de 44% – o que corresponde a 146 mil pessoas – estejam à procura de emprego há mais de um ano.
O número de pessoas em regime de teletrabalho aumentou em 41,9 mil durante o segundo trimestre, superando o milhão de indivíduos, ou seja, representa 21% do total de empregados. Apenas a Península de Setúbal e Lisboa estão acima da média nacional.
A Randstad revela ainda que o emprego no setor público está em trajetória ascendente, sendo que já ocupa perto de 750 mil pessoas, sendo que 37,2% são referentes a empregos na área da saúde e da educação.
“Esta análise que fazemos na Randstad Research permite-nos retirar conclusões muito relevantes sobre a evolução do mercado. Regista-se uma perspectiva de crescimento muito positiva, mas há ainda uma fatia grande da população em idade ativa a quem a falta de formação dificulta muitas vezes a integração ou reintegração no mercado de trabalho. Estes dados são importantes, já que permitem às organizações tomar decisões sustentadas nestes insights e assim antecipar necessidades de forma a manter a sua competitividade no mercado”, explica, em comunicado a diretora de marketing da Randstad Portugal, Isabel Roseiro.