Segundo o novo estudo da consultora EY, designado de European Attractiveness Survey 2023, Portugal continua a subir na lista dos países europeus mais interessantes para o investimento estrangeiro. Assim, segundo a análise da multinacional, o nosso país atingiu a sexta posição no ranking europeu de projetos de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) anunciados em 2022, o que representou uma subida de dois lugares face ao ano anterior. Foram 248 os projetos captados por Portugal, um crescimento de 24%, tendo sido o segundo país que mais cresceu (o primeiro foi a Roménia). Este acréscimo assume ainda maior relevância quando comparado com a média europeia, que foi de apenas 1%. Ou seja, a Europa, no seu conjunto atraiu 1% de IDE, mas este fluxo continua a situar-se abaixo do nível pré-pandemia, em cerca de 7%. Como consequência desta quebra, a criação de emprego foi também afetada, tendo caído 16% face a 2021. Ao longo de 2022, as empresas em todo o mundo anunciaram um total de 5.962 projetos previstos para o território europeu.
“Portugal, destacando-se pela sua resiliência num contexto económico, social e energético bastante desafiante, conseguiu contrariar a tendência de estagnação do IDE na Europa em 2022”, diz Miguel Cardoso Pinto, partner da EY Portugal.
Segundo a análise da EY, os atuais planos de investimento perspectivam um aumento dos fluxos de IDE com tendência de maior atratividade no sul e leste da Europa. Este estudo avalia anualmente a percepção dos investidores estrangeiros relativamente à atratividade da Europa e dos seus concorrentes. O estudo revela que 67% das empresas analisadas têm “planos de estabelecer ou expandir operações na Europa no próximo ano”, um indicador que recuperou acentuadamente desde a pandemia. Refere ainda que a perspectiva de novos investimentos de empresas químicas e farmacêuticas contribuirá para aumentar a independência europeia nestes setores estratégicos, enquanto a indústria de serviços parece estar ativamente à procura de uma nova preponderância, especialmente no sul e leste da Europa.
O investimento estrangeiro em países europeus permanece 10% abaixo do seu pico, em 2017.
Em comunicado, Miguel Cardoso Pinto, partner da EY Portugal e líder da EY-Parthenon, esclarece que “Portugal, destacando-se pela sua resiliência num contexto económico, social e energético bastante desafiante, conseguiu contrariar a tendência de estagnação do IDE na Europa em 2022. Este estudo ilustra a vantagem competitiva do leste, centro e sul da Europa, o que apresenta um cenário com bastante potencial para Portugal que, assim, pode continuar a posicionar-se como um destino cada vez mais atrativo no mapa do investimento direto estrangeiro.”
Apesar de dar alguns sinais de recuperação, a guerra na Ucrânia, o fraco crescimento económico, a interrupção da cadeia de suprimentos, o aumento da inflação e os crescentes custos de energia contribuíram para a paralisação do investimento em países europeus, que permanece 10% menor do que o seu pico em 2017.
Conheça a lista dos países que mais atraíram projetos de IDE, na Europa, em 2022:
1 – França: 1.259
2 – Reino Unido: 929
3 – Alemanha: 832
4 – Espanha: 324
5 – Turquia: 321
6 – Portugal: 248
7 – Itália: 243
8 – Polónia: 237
9 – Bélgica: 234
10 – Irlanda: 184
11 – Países Baixos: 147
12 – Finlândia: 104
13 – Áustria: 101
14 – Sérvia: 74
15 – Roménia: 69
