Portugal mantém a 25ª posição no ranking mundial de talento do IMD World Competitiveness Center 2024, lugar que já ocupava no ano passado. O ranking é atualmente liderado pela Suíça, Singapura e Luxemburgo, que são as três economias mais competitivas em termos de talento a nível mundial de entre os 67 países avaliados, segundo o IMD.
Portugal preserva a sua posição devido à subida de seis lugares na categoria “preparação”, ocupando agora o 21º lugar nessa categoria a nível global. Destaca-se também a melhoria na categoria “educação na área da gestão”; em 2023, Portugal ocupava a 20ª posição, e este ano subiu para o 11º lugar. As “competências linguísticas” continuam a ser a categoria de maior destaque, mantendo a 9ª posição a nível global. Por outro lado, o ranking aponta novamente a necessidade de melhorias nas categorias “experiência internacional” e “competência dos gestores seniores disponíveis”.
Em contraste, o fator “Investimento & Desenvolvimento (I&D)” voltou a registar um decréscimo. Nos últimos três anos, caiu sete posições, ocupando atualmente a 29ª posição a nível mundial. O fator “Atratividade” tem sido o que regista maior queda, estando na 45ª posição este ano, comparado com a 37ª no ano passado e a 30ª em 2021. Segundo o IMD, esta queda deve-se à diminuição nas categorias “fuga de talentos” e “administração de justiça”.
A “participação feminina na força de trabalho” continua a ser um ponto forte de Portugal, ocupando o quinto lugar global. No entanto, a “formação dos colaboradores” permanece como a principal fraqueza, com Portugal ocupando o 61º lugar, sendo considerada uma prioridade para as empresas.
José Esteves, dean da Porto Business School, parceira do IMD em Portugal na elaboração do ranking pelo nono ano consecutivo, explica em comunicado a que a Forbes Portugal teve acesso que: “A manutenção de Portugal na 25ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD reflete a nossa capacidade de melhorar em áreas como a educação em gestão e as competências linguísticas. No entanto, os desafios em investimento, desenvolvimento e atratividade exigem uma resposta rápida. É, por isso, urgente que as empresas portuguesas invistam mais na formação contínua dos seus colaboradores, especialmente no contexto das transformações trazidas pela Inteligência Artificial. Na Porto Business School, focamo-nos em preparar líderes que não só enfrentem esses desafios, mas também aproveitem as oportunidades oferecidas pela revolução tecnológica e pela educação contínua”.
A Suíça, Singapura e Luxemburgo lideram o ranking do IMD, destacando-se como as economias mais competitivas em termos de talento. O relatório de 2024, intitulado “As implicações socioeconómicas da IA no local de trabalho”, revela que a adoção da Inteligência Artificial nas economias de rendimento elevado está a aumentar a desigualdade, com a IA a substituir trabalhadores, especialmente em países como Japão, Reino Unido e Canadá. Além disso, o aumento da discriminação nesses países pode afetar a sua capacidade de atrair profissionais altamente qualificados, o que prejudica a inovação e a competitividade a longo prazo.
O estudo também destaca a importância de reavaliar os sistemas educacionais e os programas de formação corporativa para garantir que os trabalhadores possuem as competências adequadas na era da IA. Questões como a influência da IA no quiet quitting e a automatização dos empregos dos homens versus mulheres são também abordadas. A Suíça mantém-se no topo do ranking, impulsionada por fortes fatores de “Investimento e Desenvolvimento” e “Atratividade”, enquanto Singapura destaca-se pela “Preparação”. Este ano, Gana, Nigéria e Porto Rico foram incluídos pela primeira vez no ranking.