Portugal está a dar passos cada vez mais claros na direção de um possível futuro a voar caças Gripen E, da sueca Saab. Depois de, em setembro, a empresa ter vindo a Lisboa assinar dois memorandos de entendimento com a OGMA e a Critical Software, foi agora a vez do AED Cluster Portugal (cluster português para as indústrias de Aeronáutica, Espaço e Defesa) deslocar-se à Suécia para rubricar um novo acordo que aprofunda ainda mais a cooperação industrial luso-sueca.
Um novo memorando
Durante a visita do AED Cluster Portugal à Suécia, a Saab e a associação portuguesa assinaram um novo Memorando de Entendimento (MoU) que visa aprofundar oportunidades de cooperação industrial. O objetivo é integrar mais empresas portuguesas na cadeia de valor da Saab e criar bases para uma parceria industrial sustentada, caso Portugal avance para a escolha do Gripen E como futuro caça da Força Aérea Portuguesa.
“A Saab reafirma a sua disponibilidade para cooperar com a indústria de defesa portuguesa, e a assinatura deste MoU com o AED Cluster Portugal representa mais um passo na nossa procura de parceiros locais para participar no programa Gripen”, explica Daniel Boestad, Vice-Presidente de Desenvolvimento de Negócios Gripen na Saab AB.
Do lado português, José Neves, presidente do AED Cluster Portugal, sublinha que o acordo representa “um passo fundamental para consolidar a integração da indústria portuguesa nas cadeias de valor internacionais” e abre portas a oportunidades de elevado valor acrescentado para empresas nacionais.
Portugal está cada vez mais próximo de considerar o europeu Gripen E como substituto da atual frota de F-16 norte-americanos.
A Saab, produtora do Gripen E, afirma estar pronta a apoiar Portugal no processo de seleção da nova plataforma de combate. E, ao integrar empresas portuguesas na sua cadeia global de fornecimento, o impacto económico poderá ser relevante, desde a criação de emprego ao desenvolvimento tecnológico.
A aproximação não começou agora. Em setembro, a Saab aterrou em Lisboa para assinar dois MoU com a OGMA e a Critical Software, apresentando o Gripen E como uma solução europeia moderna, adaptável e economicamente eficiente.
A OGMA poderá colaborar na produção, manutenção, reparação e revisão do Gripen. A Critical Software está posicionada para desenvolver software aeronáutico de elevada complexidade. E agora, com o MoU assinado com o AED, mais empresas portuguesas poderão integrar-se na cadeia de valor global do caça sueco.
Este modelo já foi testado no Brasil, onde o programa Gripen resultou na maior transferência tecnológica da história da Suécia, com 13 mil empregos altamente qualificados criados.
