O Cool Jazz regressa hoje a Cascais desta vez com o novo naming sponsor, a Ageas, para a edição que comemora os 20 anos do evento. Em conversa com a FORBES, a diretora de Comunicação, Marca e Cultura Organizacional do grupo Ageas Portugal, Inês Simões, explica como uma seguradora como a Ageas pode também estar presente na vida dos clientes nos bons momentos como na cultura e o porquê da aposta no CoolJazz. Inês Simões realça ainda que Portugal é um dos principais mercados onde a Ageas está presente, tendo já conquistado uma quota de mercado estável em torno dos 15,2%. Em Portugal a seguradora conta com 1.8 milhões clientes e atua com dez marcas de seguros e serviços. A Ageas Portugal assume que, em termos de ranking do setor, ocupa o primeiro lugar no segmento de pensões, o segundo no ramo vida, saúde e posição global e a terceira posição no ramo não vida. Quanto ao volume de negócios, o crescimento é sustentado no ramo não vida ao longo dos últimos anos (crescimento médio entre 2019 e 2023 de 8,2%), com destaque para o ramo saúde. Já no segmento de vida, o crescimento é mais instável, explicado pela conjuntura adversa, nomeadamente ao nível dos mercados financeiros, inflação e guerras.
Como é que a casa-mãe avalia o desempenho da filial portuguesa?
O grupo Ageas Portugal que tem hoje 10 marcas no total é um dos principais mercados da Ageas a nível internacional. Portanto é um foco claríssimo e um dos principais mercados do grupo. No início de 2025 vamos entrar num novo ciclo estratégico a três anos, em que o Luís Menezes [o português que será o próximo CEO a partir de 1 de outubro] já fará parte da construção desse novo ciclo estratégico. Acredito que muito da nossa estratégia será continuidade [face à atual liderança de Steven Braekeveldt], com uma atenção no cliente, na sustentabilidade, nas parcerias que nos ajudam a desenvolver o nosso negocio. O foco nas pessoas não vai mudar. Teremos de aguardar para ter a visão do Luís para futuro, mas diria que de forma disruptiva não haverá uma quebra, mas uma continuidade.
A Ageas Portugal associou-se ao festival CoolJazz. Como se conjuga uma seguradora com o mundo da música?
Primeiro, antes de sermos uma seguradora somos uma empresa que tem um papel muito relevante no País e entendemos que também tem um compromisso para com a sociedade. E essa é uma dimensão muito ativa da nossa estratégia enquanto organização e vimos na cultura um espaço que nos pudesse aproximar das pessoas, das comunidades e conseguir puxar por aquilo que é o talento em torno da música, das artes para conseguir que continue a fazer parte da nossa sociedade porque acreditamos verdadeiramente que tem um contributo fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Depois: seguros e música? Os seguros talvez não sejam percecionados desta forma pela maioria das pessoas, mas a verdade é que todos nós ativamos os nossos seguros quando temos uma situação menos feliz na nossa vida. Portanto, tendencialmente, associamos os seguros a coisas mais negativas porque são momentos imprevistos. Mas são momentos muito emocionais, nos quais, nós queremos estar ao lado das pessoas e conseguir que têm serenidade mesmo num momento menos feliz da sua vida. Da mesma forma, que também queremos criar essas emoções junto das mesmas pessoas, mas em momentos felizes como é um festival de música e tudo aquilo que proporciona a nós enquanto pessoas e à nossa forma de estar e de olhar para a vida. Contribui muito para a nossa saúde mental. Emoções de um lado, emoções do outro foi aqui que vimos um ponto de encontro muito grande entre estes dois mundos: seguros e cultura.
E porquê esta aposta no CoolJazz?
Vemos no CoolJazz muitos valores e uma atitude com a qual nos identificamos muito. Tem a ver com a sustentabilidade, com a inovação ao nível de estilos musicais e tem a ver com a diversidade de música. É um CoolJazz, mas é muito diversificado com muitos estilos. Também ao nível das gerações é muito diversificado: temos famílias, temos jovens, temos um ponto de encontro de gerações muito interessante neste festival. E também tudo o que tem a ver o olhar para o impacto que queremos ter na comunidade, na sociedade. Vimos nesta equipa do CoolJazz e no festival em si um fit muito perfeito com aquilo que é o nosso posicionamento. Já estamos muito presentes na cultura e vai reforçar esse nosso posicionamento. É uma parceria a três anos.
Em que outros momentos culturais estão presentes?
Estamos em diferentes tipos de artes. Um tema que é transversal às parcerias que temos na área da cultura são os jovens talentos. Apoiamos prémios de jovens talentos na área do audiovisual, na área do teatro, da dança, do circo, música e agora também o programa de talentos do Ageas CoolJazz. Temos uma parceria muito sólida também com o Coliseu Porto Ageas. Temos uma parceria com o Teatro Nacional Dona Maria II, onde apostamos muito na questão da acessibilidade à cultura, e temos a Rede Eunice Ageas em homenagem à nossa querida Eunice Muñoz e que leva as peças do Dona Maria a vários espaços a nível nacional. São as principais parcerias que temos, mas que significam muito para nós. Isto porque preferimos ter poucas parcerias, mas parcerias e projetos com os quais nós nos conseguimos envolver, conseguimos levar o nosso cunho, o nosso contributo e criar em conjunto e a longo prazo.
A sustentabilidade é um dos pilares que a Ageas tem abraçado. Quais são os pontos fundamentais nesta estratégia para a sustentabilidade e que ganhos têm conseguido com essa aposta?
A saúde é uma das áreas. Temos a Médis no grupo que é uma marca muito forte no mercado e que está a apostar muito em trabalhar numa ótica 360 do ponto de vista da saúde. Não só seguros, mas serviços, novas parcerias que permitam que as pessoas pensem na Médis em vários momentos da sua vida não só na questão do seguro. Aí temos feito um trabalho muito grande. Temos apostado muito na componente das comunidades resilientes, nomeadamente, com a nossa Fundação que se dedica especificamente a projetos e temas de impacto social e inovação social. Temos apostado muito na resiliência climática, que é um tema importantíssimo à escala mundial. Começando por tudo aquilo que tem a ver com as nossas infraestruturas, a forma de trabalhar, a forma como gerimos o nosso negócio, muito da perspetiva dos investimentos sustentáveis que está muito ligada à nossa área. E destacaria outra dimensão que tem a ver com a diversidade e inclusão dentro da organização primeiro e depois tentar que esta mensagem da importância de valorizar a diversidade também seja um fator inspiracional para o mercado.
E já há exemplos desta aposta…
Dava dois exemplos muito concretos: temos nas novas sedes em Lisboa e no Porto parceiros sociais, o Café Joyeux e a Crescer, que são quem explora a nossa cafetaria e o nosso restaurante, e que integram pessoas que, por norma, têm mais dificuldade em integrar o mercado de trabalho. Somos a primeira empresa a fazer isso, agora já temos outras seguidoras e ainda bem que conseguimos inspirar outras empresas. Tentamos trazer isso para dentro de casa e depois tentar contaminar positivamente os nossos parceiros e as empresas à nossa volta porque juntos conseguimos fazer mais.