A IberBlue Wind é uma joint-venture especializada no desenvolvimento de projetos de parques eólicos offshore flutuantes que está a iniciar as suas operações em Portugal e Espanha com o objetivo de se tornar um dos principais players no mercado offshore da Península Ibérica.
A empresa, que apresentou em Madrid a sua proposta estratégica, é composta por três empresas: o grupo irlandês Simply Blue e as empresas espanholas Proes Consultores e FF New Energy Ventures.
A IberBlue Wind vai participar em leilões públicos do espaço eólico offshore em Portugal e Espanha, e irá também desenhar os projetos que determinarão a subsequente construção e implementação de turbinas eólicas flutuantes.
Neste sentido, a IberBlue Wind tem como objetivo estudar oportunidades de negócio de cerca de 2 GW na Península Ibérica, através de um modelo operacional especializado na promoção de parques eólicos de mais de 500 MW.
A IberBlue Wind defende que o mercado ibérico deve aumentar a sua capacidade de geração prevista.
Em Portugal, o foco principal está nas áreas do centro e norte, uma vez que estas têm um elevado potencial de recurso eólico.
Em Espanha, a empresa pretende arrancar com as operações na Andaluzia, onde aspira liderar o avanço da energia eólica offshore flutuante como novo motor económico para a região; e na Galiza, uma das comunidades com maior projeção neste tipo de energia renovável.
Potencial de liderança do mercado eólico offshore ibérico
Durante a apresentação, Adrián de Andrés, vice-presidente da IberBlue Wind, salientou “o potencial de Espanha e Portugal para se tornarem líderes mundiais na geração eólica offshore, uma vez que ambos os países têm excelentes recursos eólicos, um longo historial em engenharia costeira e obras públicas de primeira classe”.
A IberBlue Wind afirma querer desempenhar um papel fundamental na consecução deste objetivo porque, como referiu o vice-presidente da joint-venture, “queremos transferir para o mercado ibérico o nosso conhecimento e experiência adquiridos em projetos eólicos offshore flutuantes na Grã-Bretanha e Irlanda”.
No caso de Portugal, Adrián de Andrés referiu que a legislação do país “está pronta a proporcionar espaço marítimo exclusivo para a energia eólica, embora seja necessário adaptar o regulamento para estabelecer o procedimento para o leilão destes direitos de exploração”.
O vice-presidente da IberBlue Wind relembrou a meta do governo português de produzir 8 GW de energia renovável oceânica nos próximos anos, quase o dobro dos 5,6 GW de energia eólica terrestre atualmente gerados.
Na sua intervenção, Adrián de Andrés deixou ainda um apelo ao governo espanhol para ser “mais ambicioso” no processo de licitação de parques eólicos offshore. A este respeito, declarou que a capacidade de geração destas instalações em Espanha poderia atingir mais de 10 GW no futuro.
Adrián de Andrés salienta que este valor de produção de energia é muito superior ao inicialmente previsto no “Hoja de Ruta para el Desarrollo de la eólica marina y las energías del mar”, um roteiro estabelecido pelo governo espanhol, que estabeleceu um objetivo de 1 a 3 GW até 2030.
O atual projeto do Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo atribui uma área para a eólica marinha que ocupa apenas 0,8% do espaço marítimo disponível ao longo dos seus 8.000 km de costa. Uma densidade que tem sido descrita como “conservadora”, considerando que países líderes como a Escócia já atribuem cerca de 2,5%.
Referindo-se aos planos do governo português, António Sarmento, presidente do WavEC Offshore Renewables e Dorleta Marina, gestora de projeto da IberBlue Wind, disse que “até ao final do ano pode já haver uma definição das áreas offshore” destinadas à instalação de parques eólicos offshore. O presidente do WavEC Offshore Renewables em Portugal assegurou que a DGRM está a trabalhar “com grande interesse” na disponibilidade de áreas para eólica offshore”.