As entidades portuguesas conseguiram, em apenas dois anos, captar 500 milhões de euros de financiamento através do programa Horizonte Europa (HE) que se destina a apoiar projetos de investigação e inovação no seio da União Europeia. De acordo com a Agência Nacional de Inovação (ANI) registaram-se 7.662 participações de entidades portuguesas em 4.797 candidaturas, o que corresponde a 10% do total de candidaturas submetidas ao programa-quadro por todos os países elegíveis para este financiamento europeu.
A ANI explica que no anterior programa-quadro de financiamento europeu à I&D, o Horizonte 2020, foram precisos quatro anos para as entidades nacionais atingirem esta meta.
No comunicado a que a FORBES teve acesso, pode ler-se que as instituições de ensino superior já captaram até agora 138 milhões de euros, mais 68,3% que no mesmo período do H2020. Estas entidades obtiveram 28% do total captado por Portugal (a mesma percentagem que nos primeiros dois anos do H2020).
Os centros de investigação, segundo a ANI, continuam a ter uma expressão significativa, tendo angariado, até ao momento, um financiamento de 180 milhões de euros.
As empresas portuguesas obtiveram um financiamento de 125 milhões de euros, mais 82% que nos primeiros dois anos do H2020. A ANI contabiliza ainda “um ligeiro aumento de 2% no que se refere à participação de outras entidades, como câmaras municipais, organizações não governamentais, entre outras”.
Por regiões, Lisboa continua a ser aquela com maior volume de financiamento captado (mais 26,3% que no H2020), ainda que de forma mais moderada no atual programa-quadro, passando de uma representatividade de 54% do valor total no H2020 para 40% no HE. A região Norte aumentou substancialmente a participação, passando de 23% para 34% do financiamento, que aumentou 145,6% face aos primeiros dois anos do H2020. No Centro, apesar do decréscimo de 1% da participação, houve uma quase duplicação de financiamento. Há ainda que contar com o aumento de participação considerado expressivo no Algarve e no Alentejo que passaram de 2% para 4%.
Citado no comunicado, o presidente da Agência Nacional de Inovação, António Grilo, detalha que “comparando os dois primeiros anos dos dois programas-quadro, é evidente uma alteração no perfil das entidades que participam. Se, por um lado, as instituições de ensino superior mantêm a eficiência na captação de financiamento, o montante atribuído ao setor empresarial quase duplicou”.
António Grilo salienta que “esta participação traz visibilidade e prestígio às entidades envolvidas tendo ainda o potencial de abrir novas oportunidades de negócio em geografias diferentes. Permite também o alinhamento com estratégias e políticas europeias e contribuir para o desenvolvimento de nova regulamentação em setores estratégicos para a Europa”.
A ANI é uma das agências da rede PERIN, que reúne as várias entidades que, em Portugal, são responsáveis por promover e potenciar a participação nacional nas atividades de investigação e inovação do Horizonte Europa.