Portugal está no segundo de quatro níveis de maturidade digital, segundo o estudo “O Caminho para um Portugal Biónico – A maturidade digital do tecido empresarial em Portugal”. O relatório publicado pela Boston Consulting Group (BCG), pela Google e pela Nova SBE destacam que o impacto do digital na economia já ascende a 12,7 mil milhões de euros (~6% do PIB) mas ainda está aquém do observado noutros países europeus.
Apesar dos registos positivos no capítulo de maturidade digital, Portugal está, segundo o estudo, longe de ser considerado um “Digital Leader”. “Neste momento, o país consolida o seu lugar como “Digital Literate”, com um total de 31 pontos (dos 100 possíveis), 21 pontos abaixo da média europeia, que se encontra no patamar dos “Digital Performers”, destaca o relatório.
Bernardo Correia, country manager da Google, afirma que “as ferramentas digitais foram uma tábua de salvação para muitos durante a pandemia e a maturidade digital das organizações foi essencial para a sua capacidade de resistência aos seus impactos económicos. Apostar em tecnologia, nas ferramentas certas, e nas competências digitais continuará a ter um importante papel como catalisador numa retoma que se quer inclusiva”.
Digitalização o caminho para produtividade
No relatório a que a FORBES teve acesso, a digitalização é indicada como uma via que está diretamente relacionada com os níveis de produtividade e os salários médios das organizações, e que, apesar da intenção das empresas em utilizar o digital como motor das suas estratégias, existe ainda alguma inércia na sua aplicação em algumas áreas relevantes, nomeadamente em funções de suporte, operações, oferta ao cliente e de abordagem a novos mercados.
Apesar do “Boom” da digitalização, a adoção do digital não é semelhante em todas as organizações, salientando-se uma correlação direta entre o tamanho das empresas e a sua maturidade digital, assim como o setor em que atuam.
No relatório, as médias empresas lideram esta transformação com 45 pontos, sugerindo que a sua dimensão lhes confere mais dinamismo e agilidade que aquele existente nas grandes empresas. No entanto, médias e grandes empresas estão, significativamente, mais avançadas do que as pequenas com apenas 25 pontos.
O aumento do investimento na digitalização está também correlacionado com ganhos de maturidade digital. O estudo aponta ainda que 65% das grandes empresas investem mais de 0,5% das suas receitas no digital e aquelas que aplicam mais de 2% têm, em média, mais 14 pontos de maturidade que as que investem abaixo desse valor. Isto mostra que as médias empresas, que apresentam uma maturidade mais avançada, têm trabalhado de forma mais eficiente, já que 60% investem mais de 0,5% das suas receitas. Já nas pequenas empresas, 60% investem menos de 0,1% das suas receitas.
Neste estudo foram entrevistadas e analisadas um total de 1047 empresas nacionais cujas respostas ao questionário DAI foram recolhidas ao longo de 2020. A amostra do estudo procurou garantir a visibilidade de todos os principais setores económicos, dimensões de empresas e regiões para espelhar de forma rigorosa o tecido empresarial português.