É inquestionável que vivemos atualmente uma dinâmica de mercado muito exigente, de grande transformação e de consequente reorganização de processos e de equipas, sendo as empresas muitas vezes confrontadas com a necessidade de reduzir headcount ou eliminar determinadas funções.
Embora estas decisões possam ser inevitáveis do ponto de vista estratégico, a forma como os processos de reestruturação são conduzidos tem um impacto direto na responsabilidade social da organização, no clima interno e na sua reputação. É neste contexto que oferecer apoio na transição de carreira ganha relevância crescente, para as organizações e para os colaboradores que saem da Empresa.
Do ponto de vista corporativo, apostar em Outplacement vai muito além de um gesto de empatia. Trata-se de considerar o Outplacement como uma ferramenta de gestão de recursos humanos com múltiplos benefícios e impactos positivos, quer para a organização quer para as pessoas afetadas nestes processos.
Em primeiro lugar, oferecer Outplacement ajuda a preservar a imagem da empresa. Mostrar às pessoas, tanto às que saem como àquelas que permanecem, que a empresa se preocupa com o seu bem-estar neste período de transição e com o futuro profissional dos seus ex-colaboradores, é um sinal claro de responsabilidade social e integridade corporativa.
Além disso, investir neste apoio contribui para manter um bom ambiente interno. Os colaboradores que permanecem na empresa vivem estes processos muito de perto e são conscientes de que pode chegar a sua vez. Se percebem respeito, cuidado e suporte por parte da empresa com os colegas que saem, sentem-se tendencialmente mais seguros, valorizados e propensos a manter a sua motivação e produtividade.
Outro ponto relevante é a construção de uma marca empregadora forte. Cada vez mais, as organizações que se destacam no mercado são aquelas que cuidam das suas pessoas em todas as fases do ciclo profissional — inclusive na saída. Não são apenas aquelas que atraem talentos e que acompanham todo o ciclo ativo do colaborador na empresa proporcionando benefícios, feedback e oportunidades de desenvolvimento.
O Outplacement transmite exatamente essa mensagem: “Valorizamos as pessoas, mesmo quando já não fazem parte da nossa equipa”.
Por fim, há também ganhos operacionais. Profissionais que têm acesso ao apoio de um Programa de Outplacement tendem a lidar melhor com o momento de saída, trazendo-lhes maior segurança e reduzindo emoções negativas como o medo ou a ansiedade, o que pode evitar potenciais conflitos, processos judiciais ou danos reputacionais.
O Relatório Global de Tendências de Talento 2024 (LinkedIn), revela que 84% dos profissionais consideram essencial trabalhar para empresas que demonstram responsabilidade social e humana, mesmo em situações difíceis, como os processos de reestruturação.
Assim, investir em práticas de Outplacement não é apenas uma questão de “fazer o que é certo” do ponto de vista humano, mas também uma escolha estratégica do ponto de vista organizacional, uma vez que as empresas que estão informadas sobre os benefícios das boas práticas de gestão de recursos humanos, também no momento de saída de colaboradores, estão melhor preparadas para enfrentar os desafios da transformação, sem perder o foco naquilo que realmente importa: as pessoas que fazem parte de toda a sua história!
Isabel Diogo,
Senior Consultant & Business Development da LHH|DBM Portugal