A Polestar é um jovem fabricante sueco de automóveis elétricos premium, com sede em Gotemburgo, na Suécia. Fundada em 2017 pela Volvo e pela Geely, a Polestar beneficia das sinergias tecnológicas e de engenharia proporcionadas pela Volvo Car, apresentando-se como um emblema de carros elétricos e de elevadas prestações.
De momento, os automóveis da Polestar são produzidos na China, estando prevista uma nova unidade de produção adicional nos EUA.
Até 2023, a empresa pretende que os seus automóveis estejam já disponíveis num total de 30 mercados em diferentes continentes.
Depois do híbrido plug-in Polestar 1 (construído entre 2019 e 2021, com 609 cv, 1000 Nm e uma autonomia de 124 km em modo totalmente elétrico) e do Polestar 2 (fastback que constituiu o primeiro modelo 100% elétrico da empresa, com uma combinação de baterias de até 78 kWh e potências até 350 kW/476 cv e 680 Nm), o fabricante acaba de exibir o Polestar 3, SUV elétrico, acenando com o compromisso de lançar um novo veículo elétrico por ano.
Isto significa que, em 2023, será introduzido o Polestar 4, um SUV coupé elétrico mais compacto, e, em 2024, está previsto o Polestar 5, um GT de 4 portas elétrico de elevadas prestações, que será a evolução de produção do Polestar Precept – o protótipo que a Polestar apresentou em 2020 e que representa a visão de futuro da marca em termos de design, tecnologia e sustentabilidade. O Polestar 6, um roadster elétrico, virá em 2026.
Em conversa com a Forbes, Miguel Pinto, Managing Director da Polestar Portugal, fala dos planos da marca para o nosso país e de como pensam
Como está a ser a aceitação da Polestar no mercado português, tendo por base o número de viaturas vendidas?
Miguel Pinto (MP): Estamos muito satisfeitos com o acolhimento que a Polestar tem vindo a receber no mercado português quer por parte da imprensa quer por parte do grande público. Neste primeiro ano, mais do que as vendas em si, o nosso objetivo central passa por lançar e instalar a Polestar no país. No entanto, temos já um registo muito satisfatório de pedidos.
O modo de comercialização dos modelos da marca tem por base vendas online. É um passo demasiado ousado, dado que o automóvel ainda é um bem que as pessoas desejam muito ver in loco e tocar?
MP: O nosso modelo de negócio é “figital”, ou seja, ainda que, efetivamente, as vendas se realizem 100% online, sabemos da importância que representa ver e tocar fisicamente num automóvel antes da sua compra. É precisamente por isso que temos os nossos Spaces, nos quais os nossos clientes têm a oportunidade de se informar e de testar os nossos veículos sem que isso represente qualquer pressão de compra adicional. Os especialistas Polestar, que se encontram nestes Spaces, não têm objetivos relacionados com as vendas. Estamos convencidos de que este modelo é o mais eficaz e também o mais benéfico para os nossos clientes. Venda direta, sem intermediários, durante a qual o cliente tem sempre total liberdade nas suas decisões.
“O nosso modelo de negócio é ‘figital’, ou seja, ainda que, efetivamente, as vendas se realizem 100% online, sabemos da importância que representa ver e tocar fisicamente num automóvel antes da sua compra”
A marca tem noutros países europeus espaços físicos, os Polestar Spaces e os Polestar Destinations. O que caracteriza cada um destes espaços?
MP: Os Spaces são pequenos showrooms que se localizam no centro das cidades e os Destinations são espaços maiores situados na periferia das cidades.
Em Portugal, haverá também estes espaços? Onde e quando teremos estes espaços?
MP: Iremos abrir em breve em Lisboa e no Porto e depois noutras cidades de Portugal. Entretanto, os clientes podem realizar test-drives a qualquer momento, num dos vários pontos que temos à disposição no país através do preenchimento de um formulário online.
Qual será a localização exata destes espaços?
MP: Como referido anteriormente será inicialmente em Lisboa e no Porto e, em seguida, noutras cidades.
As vendas podem também ser realizadas nestes espaços? Nesse cenário, os veículos Polestar poderão ser adquiridos quer online, quer fisicamente?
MP: Não, a compra realiza-se exclusivamente online. Os Spaces têm como objetivo guiar e acompanhar os nossos futuros clientes prestando informação e colocando à disposição os automóveis para testes de condução.
A Polestar tem, neste momento, dois modelos, o Polestar 1, um híbrido plug-in, e o Polestar 2, um 100% elétrico. Qual é o modelo que apresenta maior volume de venda em Portugal?
MP: O Polestar 1 é um modelo híbrido que a marca disponibilizou numa série limitada a 1.500 unidades que, entretanto, esgotaram, não estando por isso disponível para venda nem em Portugal nem em qualquer outro mercado. Em Portugal temos o Polestar 2, um fastback 100% elétrico disponível em três motorizações distintas e estamos a apresentar este mês o Polestar 3, o primeiro SUV da marca que é, obviamente, 100% elétrico.
Qual é o perfil de cliente da marca?
MP: Somos uma marca sueca premium de automóveis 100% elétricos (com a tal exceção do Polestar 1). Os nossos modelos caracterizam-se pelo seu design (o nosso CEO é um designer), pela sua tecnologia (fomos os primeiros a incorporar o Google Automotive Service a bordo) e pela sua performance.
Como consequência, os nossos clientes são muito exigentes, são early adopters e muito familiarizados com as novas tecnologias, mas são também, e sobretudo, muito conscientes com a proteção do meio ambiente defendendo todas as causas que promovam uma sustentabilidade duradoura.
“Os nossos clientes são muito exigentes, são early adopters e muito familiarizados com as novas tecnologias”
Sendo a Polestar uma marca nova, a que marcas estão a ganhar clientela?
MP: Queremos conquistar clientes a todas as marcas que continuam a fabricar e a comercializar modelos térmicos uma vez que o nosso principal objetivo é acelerar o ritmo rumo a uma mobilidade 100% elétrica.
Que níveis de vendas esperam alcançar quer na Europa, quer em Portugal, com o novo modelo, Polestar 3, um SUV 100% elétrico?
MP: Como referi no início, neste primeiro ano pretendemos lançar e dar a conhecer a marca, a nossa filosofia e os nossos produtos. As vendas não são, nesta primeira fase, uma prioridade.
Em termos de força de trabalho, a marca em Portugal tem quantos colaboradores e qual será a previsão de contratação futura?
MP: Lançamos a marca este ano, no final de maio. A equipa da Polestar Portugal é composta atualmente por 15 pessoas e pretendemos ampliá-la em 2023.
Qual o valor do investimento que a Polestar já fez e irá fazer no nosso país? Esse investimento será canalizado em que sentido?
MP: Como todas as marcas que se querem dar a conhecer estamos obviamente a investir em marketing, em publicidade e em operações de ativação de mercado. No entanto, não podemos divulgar montantes que, como calcula, são confidenciais.
Qual a quota de mercado que a Polestar estima conseguir alcançar em 2023, em Portugal?
MP: Para 2023 e para os anos seguintes, esperamos que a quota de mercado esteja diretamente dependente da evolução do mercado de modelos elétricos. Sabemos que esta terá de acelerar o seu crescimento o que esperamos que venha a ocorrer o mais rápido possível.