O poeta, escritor e ensaísta português Eduardo Pitta morreu hoje de manhã, aos 73 anos, em Torres Vedras, vítima de complicações decorrentes de AVC, disse à Lusa fonte da família.
O escritor, que fez da identidade homossexual matéria da sua criação literária, publicou desde 1974 dez livros de poesia, um romance, duas coletâneas de contos, quatro volumes de ensaio e crítica, duas recolhas de crónicas, dois diários de viagem e o livro de memórias “Um Rapaz a Arder”.
Em 2003, com “Fractura. A condição homossexual na literatura portuguesa contemporânea”, introduziu o debate gay & queer no nosso país. Os títulos mais recentes são “Desobediência” (2011), “Cadernos Italianos” (2013), “Um Rapaz a Arder” (2013), “Pompas Fúnebres” (2014) e “Devastação” (2021). Organizou a poesia de António Botto. Em 2008 adaptou para crianças “O Crime do Padre Amaro”, de Eça de Queiroz. Participou em congressos, seminários e festivais de poesia em Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Colômbia. Foi crítico literário das revistas Colóquio-Letras e Sábado.
Mantinha desde 2005 o blogue Da Literatura. Casou em 2010 com Jorge Neves, seu companheiro desde 1972.
Na página de Facebook do escritor e crítico, podem ler-se versos seus, numa publicação que dá conta da morte: “A vida é uma ferida?/ O coração lateja?/ O sangue é uma parede cega?/ E se tudo, de repente?”.
Eduardo Pitta faria 74 anos no próximo dia 9 de agosto.
* com Lusa