Notion, a startup de produtividade norte-americana avaliada em 10 bilhões de dólares, está a crescer e vai criar uma nova aplicação com Inteligência Artificial integrada. O objetivo da gigante é o de desafiar os titãs da tecnologia, a Google e a Microsoft, ao investir em versatilidade e criatividade.
Fundada por Ivan Zhao em 2013, com a missão de transformar a maneira como trabalhamos, Notion é uma plataforma de gestão de trabalho e informação, conhecida pela sua versatilidade e adaptabilidade.
Não só permite aos utilizadores criar e organizar uma variedade de conteúdos, desde notas e listas de tarefas, como permite a criação de bases de dados e documentos colaborativos. Com uma abordagem altamente personalizável, Notion é amplamente utilizado por indivíduos, equipas e empresas para otimizar a produtividade e facilitar a colaboração.
Notion é das plataformas de produtividade mais utilizadas do mundo – de projetos pessoais a iniciativas empresariais de grande escala.
Segundo Zhao, foi a simplicidade da plataforma que atraiu investidores como Josh Kopelman, considerado pela Forbes um dos investidores de capital de risco mais influentes e com melhor desempenho do mundo.
Numa entrevista recente à Forbes norte-americana, Ivan Zhao aludiu ao facto de terem existido alguns desafios iniciais, nos primórdios da Notion, que o levaram a implementar adaptações (significativas) de forma a garantir a estabilidade da empresa. À medida que a empresa foi crescendo, foram as decisões estratégicas de Zhao que impulsionaram a empresa rumo a novos horizontes.
Em 2016, Notion começou a expandir-se globalmente, sendo que 80% dos seus utilizadores estavam localizados fora dos EUA. Crescismento este resultante apenas do ‘boca-a-boca’. Em 2019, a plataforma atingiu o seu primeiro milhão de utilizadores.
Foi o nível de personalização da plataforma que a tornou tão conhecida. Funcionários da DoorDash e da Nike começaram a usar a plataforma para gerir vários dos seus projetos e partilhar notas entre equipas. Na McKinsey, a popularidade do site ganhou imensa popularidade depois de um dos sócios da empresa de consultoria empresarial utilizar a Notion como ferramenta de organização para as suas receitas de pizza. Já Scott Belsky, Diretor de Produto da Adobe, utilizava a plataforma para escrever os rascunhos do seu último livro.
Em 2021, vários vídeos no TikTok sobre a Notion ficaram virais, o que levou a uma enorme quantidade de downloads da aplicação. Os servidores da empresa rapidamente ficaram sobrecarregados e Zhao viu-se forçado a parar todos os esforços de desenvolvimento de produto da empresa, para reforçar a infraestrutura da mesma.
A empresa, que na altura contava com apenas 20 milhões de utilizadores, está prestes a atingir os 100 milhões, firma Zhao. A Forbes norte-americana estima que a empresa tenha gerado cerca de 250 milhões de doláres americanos no ano passado.
Para uma startup desta envergadura, Zhao tem conseguido manter um nível de controlo invulgarmente elevado no que toca à lucratividade da empresa. Nenhum dos investidores de capital de risco da Notion, que investiram cerca de 330 milhões de dólares na plataforma (cerca de 309 milhões de euros), faz parte do seu conselho de administração. Com vários interessados em juntar-se à gigante, Zhao demonstra ter poucas razões para o fazer.
Em 2023, a Notion fez parte da lista anual da Forbes norte-americana, a Top 50 in Artificial Intelligence.
A grande aposta de Zhao em IA torna os seus objetivos cada vez mais claros: transformar a Notion numa plataforma que visa desafiar a dominância de mercado da Microsoft e da Google. Juntas, estas últimas controlam 99% das plataformas de produtividade no mercado.
O software de IA que a Notion quer implementar nos seus produtos pode vir a representar uma oportunidade de mercado de trilhões de dólares nos próximos dez anos, segundo alguns analistas. Zhao, ciente disto, está pronto para a luta.