Fundada em 1986, em Espanha, a PharmaMar é uma empresa biofarmacêutica centrada na investigação e desenvolvimento de novos tratamentos oncológicos, mas que se inspira no mar para procurar soluções inovadoras. Procura, sobretudo, opções que ajudem a melhorar a vida de doentes afetados por doenças graves, aplicando a inovação ao serviço do desenvolvimento de medicamentos marinhos. Só em 2023 a empresa investiu 99,3 milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento (I&D), um valor que representou um crescimento de 19% face ao ano anterior.
Sendo a biodiversidade do mar muito superior à da terra, o seu fundador, José Maria Fernández, decidiu que era no fundo do mar que iria procurar compostos anticancerígenos, com base na ideia de que os organismos marinhos poderiam ter utilidade medicinal, nomeadamente os invertebrados marinhos. Isto porque, pelo facto de não terem sistema imunitário, nem poderem fugir, alguns mecanismos de defesa devem ter para terem sobrevivido à evolução dos tempos. O Oceano Atlântico fazia parte da vida do fundador, radicado em Vigo, e aos poucos José Maria Fernández começou a cimentar a ideia de que os organismos marinhos provariam ao mundo ter utilidade medicinal.
Coleção de 400 mil amostras de organismos marinhos
Na área da oncologia, a procura de novas soluções viáveis é uma constante, e no caso de cancros raros – como é o caso do cancro do pulmão de pequenas células, em que ainda há doentes sem opção de tratamento – é fundamental encontrar novos compostos anticancerígenos. A empresa de origem espanhola faz continuamente expedições em todos os mares e oceanos do mundo e tem atualmente 400 mil amostras marinhas, sendo considerada a maior coleção do mundo. O homem apenas explorou cerca de 5% do fundo do mar, pelo que a empresa acredita que muito potencial existe ainda por investigar no fundo dos oceanos.
Em 2023 a PharmaMar investiu 99,3 milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento (I&D), um valor que representou um crescimento de 19% face ao ano anterior.
Biólogos marinhos, investigadores da PharmaMar, partem em expedições em todo o mundo, procurando organismos com propriedades farmacológicas. As amostras dos organismos marinhos são estudadas e, se existir uma atividade anticancerígena do organismo inteiro, isola-se a substância responsável pela atividade e estabelece-se a sua estrutura química para que posteriormente seja testado em várias linhas celulares bem caracterizadas.
Cerca de 90% dos medicamos que entram em ensaios clínicos não conseguem ser aprovados. A empresa só conseguiu a sua primeira aprovação em 2007, mas atualmente já são três os medicamentos aprovados para comercialização – o último foi aprovado em 2020 -, feito que menos de 1% das empresas de biotecnologia conseguem alcançar.
A empresa, que se apresenta como líder mundial de desenvolvimento de medicamentos com origem no fundo do mar, comercializa os seus medicamentos através de 18 parceiros de negócios, que os distribuem em cerca de 70 países. Além da sede em Madrid, a empresa possui subsidiárias na Alemanha, França, Itália, Bélgica, Áustria, Suíça e Estados Unidos.