O presidente e chaiman do grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, criticou a fraca qualidade dos políticos questionando se não seria tempo de a sociedade portuguesa pensar “nalguma mudança”. Pedro Soares dos Santos falava durante a apresentação dos resultados de 2023 do grupo dono do Pingo Doce, nos quais obteve um lucro de 756 milhões de euros, mais 28,2%, sendo que as vendas ascenderam a 30,6 mil milhões de euros o que traduz uma subida de 20,6%.
Em vésperas de eleições legislativas e questionado sobre a instabilidade politica que o País vive, o presidente da Jerónimo Martins foi perentório: “Sem boa gestão não há resultados”, fazendo uma comparação com as empresas para criticar aquilo que considera ser a fraca qualidade dos políticos portugueses. “A gestão e fraca qualidade dos políticos obriga-me a pensar se não deveremos mudar”, assumiu Pedro Soares dos Santos.
Face ao atual cenário político e pouca disponibilidade financeira dos portugueses, o gestor afirmou que o problema de Portugal “não tem sido falta de dinheiro”, até porque tem vindo financiamento da União Europeia, pelo que, o que existe é “falta de qualidade e falta de gestão das pessoas em perceberem qual é o bem comum”.
Quanto ao que se tem de mudar, Pedro Soares dos Santos apenas assumiu que “cada um tem de refletir se gosta ou não gosta do que está a viver”. E acrescentou que é um problema da sociedade como um todo, sendo que não vale a pena individualizar.
Durante a conferência de imprensa, o grupo deu alguns pormenores sobre a internacionalização da marca polaca Biedronka para a vizinha Eslováquia. Do pouco que foi desvendado, ficou a saber-se que, através do CEO da Biedronka e responsável pelo plano de expansão para o mercado eslovaco, Luís Araújo, que é a primeira vez que a dona do Pingo Doce internacionaliza uma marca ao contrário da “estratégia que temos tido nas geografias onde operamos [Portugal, Polónia e Colômbia] de criar negócios de raiz, mas desta vez vamos trabalhar em cima da obtenção de vantagens de escala e de níveis de eficiência”.
As primeiras lojas abrem já no final de 2024, mas não foi assumiram quantas. A equipa no terreno já está escolhida, assim como o CEO, o polaco Maciej Lukowski que já conta com um currículo de mais de 20 anos de Jerónimo Martins.