44% dos portugueses iniciaram ou aumentaram as compras online quando o confinamento foi declarado, revela uma pesquisa realizada pela GFK para a Visa sobre o impacto da Covid-19 no setor dos pagamentos digitais em Portugal, Espanha, França e Itália.
A tendência foi mais notável na Itália, um dos países da Europa mais fustigado pela pandemia, onde 51% dos compradores admitiram ter aumentado ou até mesmo começado a comprar online após serem obrigados a permanecer em casa.
Como parte da mudança de hábitos de consumo, aponta o estudo, o carrinho de compras também passou a acomodar novas necessidades, com os produtos alimentares e de higiene no topo da lista. Em Portugal, houve um aumento particular de mais de 21% na utilização de canais online para pagar as contas de casa, e mais de 18% para pagar impostos e taxas.
Obrigados a estar confinados em casa, os consumidores portugueses também aumentaram as suas subscrições no campo do entretenimento, com 16% a subscrever serviços de televisão ou de telemóvel. A situação de emergência teve também um impacto nos métodos de pagamento online.
Por exemplo, acrescenta o documento, as carteiras digitais, cartões de débito e crédito têm vindo a ser substancialmente mais utilizados e prevê-se que este crescimento se mantenha. Mais de 17% dos consumidores portugueses revelaram também que pretendem aumentar no futuro o uso de cartões de débito, outros 22%, diz que vai aumentar carteiras digitais e pelo contrário, menos de 3% diz que vai evitar pagar no ato da entrega.
Deixar de pagar com dinheiro
A pesquisa mostra que, as medidas de distanciamento social e as preocupações com a saúde estão a reformular drasticamente os hábitos de pagamento, e, por isso, o abandono do dinheiro físico está a impulsionar o uso de cartões bancários para efetuar pagamentos em loja.
Em Portugal, o uso de cartões de débito aumentou mais 39%, enquanto que em Espanha e na Itália aumentaram 37% e 24% respetivamente. Já em França, os consumidores estão a optar por utilizar mais os seus cartões de crédito, que registou um aumento de 23%, desde o início da crise da Covid-19.
Por outro lado, indica o relatório, as medidas de confinamento e a necessidade de permanecer em casa permitiram ainda impulsionar o comércio local, com a maioria dos compradores a demonstrar uma forte vontade de comprar em lojas de bairro, não só porque querem ajudar os pequenos empresários, mas também porque acreditam que é mais conveniente.
Pelo menos, conclui o documento feito pela GFK para a VISA, 69% dos inquiridos admitiram ter feito compras no comércio local, desde o início da pandemia, com 61% a revelar que pretendem continuar a fazê-lo. Estes números são particularmente relevantes em Espanha com 70% e Portugal 65%, ambos acima da média dos quatro países presentes no estudo.