O setor imobiliário voltou a crescer em 2021 atingindo de novo um desempenho recorde. De acordo com o relatório Market 360º divulgado à comunicação pela consultora JLL o mercado imobiliário terminou 2021 a superar muitas das expetativas que estavam traçadas.
A JLL destaca os desempenhos recorde dos segmentos da construção, imobiliário industrial e logístico, assim como nos segmentos alternativos. Os setores de escritórios, retalho e hotéis conseguiram recuperar face a 2020.
De acordo com a análise da consultora, a habitação “foi setor estrela do imobiliário em 2021”, isto porque superou todos os níveis de atividade anteriores, com a transação de cerca de 190 mil casas que atingiram um volume de vendas de 30 mil milhões de euros acompanhada por uma forte subida de preços motivada, sobretudo, pela falta de oferta. Os clientes internacionais continuaram bastante ativos e foram responsáveis por 11% das vendas, enquanto os compradores nacionais garantem atualmente 89% das transações.
O CEO da JLL, Pedro Lancastre, detalha que “os resultados positivos do imobiliário em 2021 se devem, em grande parte, ao impulso da segunda metade Mesmo com o contexto adverso da primeira metade do ano, Pedro Lencastre salienta que o “imobiliário voltou a surpreender, sendo um dos setores da economia com melhor desempenho e com um grande contributo para a retoma económica do País. É um mercado com grande impacto no PIB, que atingiu níveis de atividade nunca vistos em alguns segmentos e que só não foi mais além noutros segmentos por questões estruturais como a falta de oferta ou constrangimentos conjunturais trazidos pela pandemia”. Por isso, garante que “o mercado imobiliário português continua com uma procura saudável e diversificada, com fundamentos sólidos e uma boa projeção internacional”.
O imobiliário de Industrial & Logística também surpreendeu pela positiva. Os níveis de ocupação passaram o patamar inédito de 700.000 m2 e ficou marcado pelas operações de expansão, pré-arrendamento de espaços logísticos e lançamento de novos projetos. A JLL refere que a atividade neste segmento não foi mais além devido à falta de oferta de espaços adequados à procura. Ainda assim, acredita que 2022 deverá dar continuidade à forte procura por este tipo de imobiliário e ao aumento do capital direcionado para o desenvolvimento de novos projetos, embora esta possa enfrentar desafios devido à pressão sobre a cadeia de suprimentos, com o aumento de custos de combustíveis, matérias-primas e a crise dos contentores.
No que se refere ao investimento, a aquisição de imóveis comerciais totalizou 2.020 milhões de euros, o que traduz uma diminuição de 28%. Para este total de investimento 80% tem origem internacional, tendo-se registado a entrada de vários operadores novos.
Na hotelaria abriram 44 novos hotéis em Portugal num total de 4.100 novos quartos, estando em construção cerca de 70 novas unidades num total de 8.500 quartos. Para 2022, espera-se uma recuperação para níveis de operação próximos da pré-pandemia e que exista um aumento significativo do interesse dos investidores por este segmento.
Os escritórios somaram 162.000 metros quadrados de ocupação em Lisboa e outros 57.000 m2 no Porto, ambos em crescimento, de respetivamente 17% e 5% face a 2020, e com uma procura sólida por áreas de grande dimensão.