Pandemia atrasou igualdade do género no mundo em três décadas

No seu 16º Relatório Global de Desigualdade de Género, o Fórum Económico Mundial referiu que a disparidade geral de género na política, trabalho, saúde e educação melhorou a nível global, porém, serão precisos ainda 132 anos para que se atinja a paridade total, valor que compara com os 136 anos no ano passado. Antes da…
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O relatório de igualdade de género do Fórum Económico Mundial mostra que a pandemia afetou o objetivo da paridade de género no mundo. No ranking global, Portugal ocupa a 29ª posição.
Economia

No seu 16º Relatório Global de Desigualdade de Género, o Fórum Económico Mundial referiu que a disparidade geral de género na política, trabalho, saúde e educação melhorou a nível global, porém, serão precisos ainda 132 anos para que se atinja a paridade total, valor que compara com os 136 anos no ano passado.

Antes da pandemia, esta diferença definida para se alcançar a igualdade de género era de 100 anos. Ou seja, a pandemia da COVID-19 atrasou a igualdade de género em pelo menos três décadas.

Isso deveu-se ao facto de a crise suscitada pela pandemia provocou perdas mais duradouras de emprego feminino em setores como os de retalho, viagens e turismo.

Em tempos de crise as mulheres são quem mais sofre. Com a pandemia da COVID-19, isso voltou a manifestar-se.

A participação feminina na força de trabalho caiu vertiginosamente a nível mundial em 2020 após o início da pandemia, estando agora no nível mais baixo desde que o relatório foi criado pela primeira vez em 2006.

Por áreas, em termos políticos serão precisos 155 anos para se alcançar uma paridade política no mundo.

No capítulo da participação económica, serão precisos 151 anos.

Em termos de educação, a diferença é a menor da avaliação (22 anos).

Os países são classificados de 0 (zero) a 1 (um).

Assim, a Islândia liderou o ranking pelo 13º ano consecutivo devido à elevada pontuação de escolaridade do país e à alta percentagem de mulheres no governo. Obteve 0.908 de classificação. A Finlândia é o 2º da geral (com 0.860) e a Noruega é a 3ª nação da lista (com 0.845).

O Afeganistão é o último país da classificação (com 0.435).

Portugal surge, neste ranking, no 29º lugar a nível mundial, entre 146 países analisados. Na Europa, Portugal é o 18º da classificação. O seu score é de 0,766.

Em termos de participação económica, Portugal ocupa a 41ª posição do ranking; em termos de educação o nosso país surge no 75º posto; em termos de igualdade na saúde no 67º lugar; em termos de empoderamento político, Portugal é o 33º da geral.

Estes são os primeiros 30 países da geral:

1 Islândia16 Moldávia
2 Finlândia17 Espanha
3 Noruega18 Albânia
4 Nova Zelândia19 Filipinas
5 Suécia20 África do Sul
6 Ruanda21 Áustria
7 Nicarágua22 Reino Unido
8 Namíbia23 Sérvia
9 Irlanda24 Burundi
10 Alemanha25 Canadá
11 Lituânia26 Letónia
12 Costa Rica27 EUA
13 Suíça28 Holanda
14 Bélgica29 Portugal
15 França30 Barbados
Fonte: Fórum Económico Mundial. Global Gender Gap Report

Olhando apenas para a classificação regional da Europa, esta é a hierarquia dos países, de acordo com o Fórum Económico Mundial:

PaísClassificação EuropaClassificação geral MundialScore
Islândia110.908
Finlândia220.860
Noruega330.845
Suécia450.822
Irlanda590.804
Alemanha6100.801
Lituânia7110.799
Suíça8130.795
Bélgica9140.793
França10150.791
Espanha11170.788
Albânia12180.787
Áustria13210.781
Reino Unido14220.780
Sérvia15230.779
Letónia16260.771
Holanda17280.767
Portugal18290.766
Dinamarca19320.764
Eslovénia20390.744
Bulgária21420.740
Luxemburgo22460.736
Estónia23520.733
Montenegro24540.732
Itália25630.720
Eslováquina26670.717
Macedónia do Norte27690.716
Bósnia e Herzegovina28730.710
República Checa29760.710
Polónia30770.709
Malta31850.703
Hungria32880.699
Roménia33900.698
Chipre34930.696
Grécia351000.689

O índice global de igualdade de género do Fórum Económico Mundial mede o progresso em direção à paridade de género em quatro áreas: participação económica e oportunidade, nível educacional, saúde e sobrevivência, bem como empoderamento político.

Para descarregar o relatório, clique aqui.

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