Os países com mais desigualdade de riqueza. Portugal consta do ranking

A igualdade na distribuição da riqueza não é estática nem uniforme. O relatório anual da UBS mostra como o Coeficiente de Gini, indicador que mede a desigualdade, evoluiu de forma distinta nos últimos cinco anos: subiu em 26 dos 56 mercados analisados, caiu em 29 e manteve-se inalterado apenas na Suécia. Os extremos globais O…
ebenhack/AP
O Global Wealth Report 2025 da UBS mostra que, num total de 32 países considerados, Brasil e Rússia surgem no topo da desigualdade em termos de distribuição de riqueza, enquanto Portugal ocupa o 18º lugar, com um coeficiente de Gini de 0,61.
Economia

A igualdade na distribuição da riqueza não é estática nem uniforme. O relatório anual da UBS mostra como o Coeficiente de Gini, indicador que mede a desigualdade, evoluiu de forma distinta nos últimos cinco anos: subiu em 26 dos 56 mercados analisados, caiu em 29 e manteve-se inalterado apenas na Suécia.

Os extremos globais

O ranking de 2025 revela disparidades marcantes. Brasil e Rússia são os piores neste contexto, liderando a lista com um coeficiente de 0,82, seguidos por África do Sul e Emirados Árabes Unidos (0,81). Estes valores estão próximos do limite superior da escala, que vai de 0 (igualdade perfeita) a 1 (desigualdade total).

Na outra ponta, a Eslováquia apresenta o cenário mais equilibrado, com um coeficiente de 0,38, seguida de Bélgica e Qatar (0,47).

A igualdade na distribuição de riqueza está longe de ser uma realidade universal e continua a ser um dos grandes desafios da economia global no século XXI.

O Coeficiente de Gini consiste num número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade (no caso do rendimento, por exemplo, toda a população recebe o mesmo salário) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o rendimento e as demais nada recebem).

Portugal: desigualdade acima da média

Portugal surge no 18.º lugar, com um coeficiente de 0,61. Do ponto de vista da igualdade, o nosso país está pior do que países como Espanha (0,56), Itália (0,57) e França (0,59), mas melhor do que economias como Alemanha (0,68), Estados Unidos (0,74) e Índia (0,74).

Este resultado coloca Portugal no grupo de países com desigualdade relativamente elevada, ainda que distante dos níveis mais extremos.

Tendências em movimento

Com 19 países da amostra a exibirem coeficientes iguais ou superiores a 0,70, e apenas 16 abaixo de 0,60, o retrato global continua a ser marcado por fortes disparidades.

Segundo os dados da UBS, desde o início da década, a igualdade global caiu marginalmente, em cerca de 0,4%, mas com realidades muito diferentes consoante os países. Nos EUA, na Tailândia e no Reino Unido, a igualdade aumentou de forma significativa, enquanto nos Países Baixos, na Áustria e na Grécia se registaram os maiores retrocessos.

A UBS sublinha que o debate sobre desigualdade deve ser sempre enquadrado pelo nível absoluto de riqueza. Não é o mesmo falar em “igualdade” num país em que todos são relativamente prósperos ou num onde todos vivem em situação de privação.

País Coeficiente de Gini 2025
Brasil 0,82
Rússia 0,82
África do Sul 0,81
Emirados Árabes Unidos 0,81
Arábia Saudita 0,78
Suécia 0,75
EUA 0,74
Índia 0,74
Turquia 0,73
México 0,72
Singapura 0,7
Alemanha 0,68
Suíça 0,67
Israel 0,66
Países Baixos 0,65
Hong Kong 0,63
China 0,62
Portugal 0,61
Grécia 0,60
Taiwan 0,60
França 0,59
Reino Unido 0,58
Coreia do Sul 0,57
Polónia 0,57
Itália 0,57
Espanha 0,56
Austrália 0,55
Luxemburgo 0,55
Japão 0,54
Qatar 0,47
Bélgica 0,47
Eslováquia 0,38

Fonte: UBS

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