Batalha há 45 anos pela causa política e ainda não desistiu. “A gente aprende a fazer acontecer”, diz Helena Roseta, deputada que se prepara para o adeus à Assembleia da República, onde deixa o guia para um dos mais prementes problemas do país, a lei de bases da Habitação, de que é a “mãe”. Ajudou a elaborar a Constituição, à qual juntou o artigo 65, relativo ao direito de todos terem um tecto, e que agora, 44 anos depois, ganha novo vigor com a lei de bases da Habitação. A histórica política conseguiu uma vitória pessoal ao criar a base que a Saúde e Educação já tinham.
Contudo, Helena Roseta recusa o parentesco, atribuindo a autoria a muitos, embora assuma que entrou nas listas do PS em 2015, como independente, quando António Costa prometeu que lhe daria espaço para esta construção. A sua visão sobre Habitação cria uma noção de residência em que o Estado fica obrigado a assegurar sistemas de transporte, educação e saúde. Sobre proprietários, não esconde a desconfiança face aos fundos imobiliários que diz estarem a pressionar o mercado habitacional. E realça que metade dos proprietários estão ainda a pagar a casa ao banco. A lei de bases visa também a actividade bancária e Helena Roseta considera “essencial” assegurar a regulação para “não haver abusos sobre as pessoas que estão a pagar empréstimos”.
Em entrevista à FORBES, a deputada e presidente da Assembleia da Câmara Municipal de Lisboa fala sobre problemas e soluções de um dos maiores desafios das próximas legislaturas: a Habitação. Nas bancas de todo o país.