A União Europeia vai “limitar o comércio de diamantes russos” como parte das sanções contra Moscovo na sequência da invasão da Ucrânia, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na cimeira do bloco G7, no Japão.
“Os diamantes russos não são para sempre”, disse, com ironia, Michel à imprensa em Hiroshima, confirmando uma medida da União Europeia que visa “desligar a Rússia dos seus financiadores”.
O presidente do Conselho Europeu garantiu que a UE está empenhada em “fechar a porta às lacunas legais” de que o Kremlin se está a aproveitar para “continuar a atiçar a chama da guerra na Ucrânia”.
Horas antes, também o Reino Unido tinha divulgado novas medidas visando o setor de mineração da Rússia, incluindo o comércio de diamantes, que rende a Moscovo milhares de milhões de dólares todos os anos.
Londres vai impor ainda restrições a vários metais de origem russa, especificamente cobre, alumínio e níquel, além de estar a preparar uma nova ronda de sanções a 86 indivíduos e empresas ligadas ao Presidente russo, Vladimir Putin, e à indústria militar russa.
Na quinta-feira, um responsável da União Europeia tinha dito que os líderes dos países do G7 iriam discutir em Hiroshima sanções contra o comércio de diamantes da Rússia, mas notou ser improvável que o bloco chegue a um acordo final durante a cimeira, que termina no domingo.
A Rússia exportou quase cinco mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) em diamantes em 2021, de acordo com o Observatório de Complexidade Económica, um portal de dados de comércio internacional criado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Os Emirados Árabes Unidos, a Índia e a Bélgica, que é membro da UE, estão entre os principais importadores.
O responsável da UE sublinhou que a adesão da Índia seria fundamental para garantir o impacto de sanções nesta área.
A Índia também mantém estreitos laços militares com a Rússia e nunca condenou a invasão de Moscovo à Ucrânia.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, foi convidado para a cimeira de Hiroshima juntamente com os líderes de outras grandes economias em desenvolvimento.
Os países do G7, grupo formado pelo Reino Unido, França, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Itália – a UE também tem representação no grupo – impuseram sanções sem precedentes à Rússia no ano passado, mas foram cautelosos em áreas que poderiam prejudicar as economias europeias que ainda se recuperam da pandemia da covid-19.
Também os Estados Unidos anunciaram novas sanções para impedir que “aproximadamente 70 entidades na Rússia e em outros países recebam mercadorias exportadas dos EUA, adicionando-as à lista negra do Departamento de Comércio”.
Um dirigente norte-americano disse à agência France-Presse que serão impostas mais de 300 novas sanções contra “indivíduos, organizações, navios e aviões” em toda a Europa, Médio Oriente e Ásia.
Lusa