Preparar a reforma com antecedência é hoje cada vez mais uma necessidade, seja pelo aumento da esperança média de vida, seja pelo facto de que a Segurança Social poderá não conseguir assegurar o mesmo nível de rendimento a quem deixe de trabalhar. O Doutor Finanças, projeto composto por especialistas em finanças pessoais, alerta assim sobre quais os 10 erros que devemos evitar quando planeamos a nossa reforma. As previsões da Comissão Europeia apontam para que, a partir de 2050, quem se reformar vai receber menos de metade do seu rendimento no final de carreira. Neste contexto, torna-se essencial planear uma poupança ou estratégia financeira para esta fase da vida.
“O melhor dia para começar a planear a reforma é ontem”, refere Sérgio Cardoso, Chief Academic Officer do Doutor Finanças.
“A reforma é uma das fases da vida que precisa de maior preparação, mas também é a que temos mais tempo para preparar. Se o objetivo é garantirmos a nossa liberdade, que fazemos o que queremos, quando nos apetece, onde desejamos, o melhor dia para começar a planear é ontem”, realça Sérgio Cardoso, CAO – Chief Academic Officer do Doutor Finanças. Nesta que é a Semana Mundial do Investidor, que se celebra de 2 a 10 de outubro, o Doutor Finanças vai relançar o podcast “No Final de Contas”.
Conheça a seguir quais são os 10 erros mais comuns na preparação da reforma:
1 – Subestimar o impacto da inflação: este é um dos erros que cometemos mais vezes. Se considerarmos uma inflação média de 3%, ao longo de 25 anos, o poder de compra do consumidor reduz-se para metade. Ou seja, quem não seguir uma estratégia de investimento, para multiplicar o seu dinheiro, significa que vai mesmo ficar mais pobre.
2 – Desvalorizar a esperança média de vida. A esperança média de vida tem aumentado um ano por década, mas ainda assim, este é um fator ainda muito desvalorizado, segundo o Doutor Finanças. Pensar no dinheiro que precisamos para viver quando deixarmos de trabalhar, é um aspeto que não deve deixar de ser acautelado.
3 – Manter uma postura muito conservadora nos investimentos. É importante desenhar uma estratégia de investimentos a longo prazo e tentar manter um equilíbrio entre produtos sem risco e produtos com risco, pois isto implica maior estratégia de retorno, aconselha o Doutor Finanças.
4 – Utilizar uma estratégia demasiado agressiva. Este é também outro erro a evitar, pois os ativos com maiores perspetivas de crescimento estão também associados a uma maior volatilidade que pode trazer perdas graves.
5 – Sobrestimar o retorno dos investimentos. Deve evitar ser demasiado otimista, ainda que os mercados apresentem, historicamente, retornos positivos.
6 – Subavaliar os custos relativos a despesas de saúde. Ou seja, não considerar que haverá uma necessidade crescente de cuidados de saúde com o avançar da idade, é outro erro elencado pelos especialistas.
7 – Depositar demasiada confiança nos apoios públicos. Há que perceber que está fora do nosso controlo aquilo que cada um irá receber do Estado quando chegar a hora de se afastar do mercado de trabalho.
8 – Subestimar o custo de vida durante a reforma. Há que pensar que os preços, as despesas e todo o custo de vida irá ser superior na idade da reforma.
9 – Começar a poupar demasiado tarde. Este é um erro muito comum e talvez o que tem maior impacto a longo prazo, que deveria mesmo evitar.
10 – Endividamento muito próximo da idade da reforma. Este é talvez o erro que mais deve evitar a todo o custo: ter endividamento até tarde. É, por isso, essencial reduzir os encargos fixos com o aproximar da idade da reforma.