A Associação de Russos Livres vai homenagear o opositor Alexei Navalny, morto numa prisão russa, com um memorial em Lisboa, contendo a frase em português e russo “não desistam”, proferida pelo político aos seus apoiantes.
Timofei Bugaevski, da associação que junta imigrantes russos pró-democracia, responsabilizou Vladimir Putin pela morte do opositor e antigo candidato presidencial.
“Não temos dúvidas de que Vladimir Putin [Presidente russo], reconhecido pelo Tribunal Penal Internacional como um criminoso de guerra e reconhecido pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa como um ditador ilegítimo, esteve envolvido neste assassínio”, numa estratégia de liquidar opositores e “pilhar a Rússia” ao longo dos anos, refere o dirigente da associação.
“Neste momento, [Putin] continua a assassinar dezenas de milhares de pessoas e a destruir a vida de milhões de pessoas na Ucrânia e o futuro da Rússia, em nome de ambições pessoais”, acusou ainda.
Navalny, referiu Bugaevski, “deu a vida a lutar contra o regime de Putin e contra a guerra na Ucrânia” de que era opositor desde 2014, tendo morrido em fevereiro deste ano.
As lápides e estátuas de homenagem a Navalny, um pouco por todo o mundo, têm sido vandalizadas, mas Bugaevski espera que em Portugal o cenário seja diferente.
“Queremos que a sua memória não seja apenas preservada, mas que inspire os russos a lutar pela liberdade contra a tirania”, com ações concretas a favor de Kiev na guerra da Ucrânia, que podem ser consultadas na página da associação, https://adrl.pt.
“Por isso, queremos apelar aos russos para que sejam ativos, se unam e apoiem a Ucrânia na sua luta contra o mal que nós não conseguimos travar no nosso próprio país”, acrescentou.
A inauguração do memorial decorre dia 12 de novembro, na Rua Visconde de Santarém.
No dia, 17, a associação promove uma marcha do memorial até à Praça dos Restauradores, associando-se a uma ação de solidariedade internacional de opositores.
“Somos periodicamente acusados de sermos traidores do nosso país natal”, mas “não estamos a lutar contra” a Rússia, mas contra “o regime de Putin que o está a usurpar e a destruir” a sociedade russa.