Ana Lehmann, secretária de Estado da Indústria.
Artigo incluído na edição de Novembro 2017
Nos últimos anos, Portugal tem-se destacado internacionalmente pelo vibrante ecossistema de empreendedorismo. Temos um unicórnio, scale-ups de referência e uma grande variedade de start-ups que são inovadoras e diferenciadoras, fruto da visão e do trabalho dos nossos empreendedores. Eventos como o Web Summit têm dado um importante contributo para esta realidade, as incubadoras assumem cada vez mais um papel de revelo no sucesso dos projectos e os instrumentos disponibilizados pelo Estado apoiam a visão de todos os que se lançam na aventura do empreendedorismo.
A estratégia para o empreendedorismo definida pelo Governo (programa StartUP Portugal) é uma realidade abrangente e que opera a múltiplos níveis, através de um conjunto de políticas e de entidades que corporizam uma parte relevante do ecossistema. Esta estratégia é um dos pilares do programa do Governo, que definiu uma abordagem consistente de apoio ao empreendedorismo, num conjunto de políticas públicas, com a mobilização da sociedade civil e impacto na iniciativa privada.
Sabemos que uma das maiores dificuldades das start-ups é o financiamento. Não queremos que as dores de crescimento destas novas empresas as impeçam de escalar e internacionalizar e também aqui o Estado está a fazer o seu papel, criando instrumentos para que estas empresas possam instalar-se e crescer. As várias medidas lançadas no âmbito da estratégia para o empreendedorismo, do Startup Voucher ao fundo 200M, compreendem todas as fases iniciais da vida das empresas para estimular o seu crescimento e internacionalização.
O sucesso das start-ups não passa apenas pelo muito necessário acesso a capital.
O sucesso das start-ups não passa apenas pelo muito necessário acesso a capital. É necessário fomentar e apoiar a sua aproximação às empresas estabelecidas, para que possam integrar as cadeias de valor das empresas de maior dimensão e ter acesso a uma base de clientes mais abrangente. Esta ligação entre os dois mundos é fundamental e pode ser estreitada aumentando as oportunidades para transacções de bens e serviços e também de transferência e co-criação de conhecimento e tecnologia entre grandes empresas (nacionais e internacionais), start-ups e PME com alguma maturidade.
O Estado também pode ser potenciador destas ligações, apoiando a criação de alianças estratégicas entre grandes empresas, PME e start-ups. Tal aplica-se a distintos tipos de empresas, em diversos momentos das suas vidas e a todos os sectores, permitindo a redução de risco na actividade das start-ups e o crescimento do seu volume de negócios.
Temos um ecossistema inovador e em crescimento. Acreditamos que, nos próximos anos, continuaremos a ver nascer projectos inovadores e a acompanhar com satisfação o sucesso das start-ups que estão a nascer agora, bem como o crescimento e internacionalização das nossas scale-ups. Vamos continuar a trabalhar para que esta ligação entre as start-ups e as empresas estabelecidas, com o apoio da sociedade civil e impacto no sector privado, seja sinónimo de criação de valor. Para isso, contamos com a colaboração e envolvimento de todos os actores do ecossistema.