A Antarte foi convidada por Siza Vieira para materializar uma instalação de arte criada pelo prestigiado arquiteto português para o pavilhão do Vaticano na Bienal de Veneza de 2023.
O convite é irrecusável para a empresa de mobiliário e decoração que fundei com um ADN de arte e design intemporal. Mas é um desafio que só tem final feliz quando a criatividade de um génio como Siza se encontra com a capacidade de materializar obras de arte como a Antarte. Dar corpo a obras pensadas pelo ‘mestre dos mestres’ Siza, é o “Everest” para um apaixonado como eu, por arte e design.
O comissário do Pavilhão do Vaticano para o prestigiado certame de arte e arquitetura, indicou como tema do projeto a criar, o “Encontro”. O termo é incrivelmente acertado. A completar 90 anos de idade, Álvaro Siza Vieira encontra-se com a escultura, uma paixão da juventude. No ano em que celebra 25 anos de existência, a Antarte reencontra-se com uma das áreas que esteve na sua génese: a arte. E foi para mim um privilégio ‘encontrar-me’ e, mais uma vez, voltar a trabalhar com o primeiro Pritzker português, no ano do meu 50º aniversário.
Ainda muito jovem, Siza Vieira queria ser escultor e acabou por ser um arquiteto de renome mundial. O “Encontro” é uma instalação de 12 esculturas que representam pessoas. São figuras que se aproximam, se saúdam, apertam a mão. Foram meses de trabalho que envolveram um intercâmbio de opiniões mim e Álvaro Siza, por três ocasiões no gabinete do arquiteto e em duas visitas do ‘mestre’ Siza à Antarte, para validar os protótipos. As esculturas produzidas pela Antarte, recorreram a uma matéria-prima sustentável, a madeira de criptoméria dos Açores, opção em linha com a política de sustentabilidade da marca. Siza Vieira, encarou este projeto “como um documento e um desejo. São figuras geométricas, de certo modo toscas mas que vão ser colocadas num ambiente belíssimo que é a basílica (de San Giorgio Maggiore) em Veneza. Há também uma intenção nesse contraste.”
A opção por estátuas de pessoas está relacionada com o encontro num tempo de tantos desencontros, provocados, entre outras razões, por conflitos armados. As estátuas foram colocadas como se aguardassem o público no pavilhão do Vaticano para o conduzir até ao jardim no interior da basílica.
Construir peças de arte intemporal desenhadas por Siza para expor numa “Meca” da arte e cultura como a Bienal de Veneza envolve capacidade de escuta e de sugerir inputs às lições do mestre dos mestres… ou a palavra sinergia em toda a sua plenitude
Mário Rocha,
CEO da Antarte