A igualdade de género é um problema comum em todas as áreas das nossas vidas, e o campo das Tecnologias de Informação não é exceção. Algumas pessoas dizem que existiram progressos nos últimos anos, mas, infelizmente, as estatísticas são dececionantes. O relatório da ONU de 2023 não encontrou melhorias no nível de preconceito contra as mulheres na última década; quase 9 em cada 10 homens e mulheres em todo o mundo ainda têm tais preconceitos.
As mulheres que trabalham na área da tecnologia, tradicionalmente dominada por homens, muitas vezes enfrentam a síndrome do impostor devido a estereótipos e preconceitos persistentes de género. Estes preconceitos podem levar a perceções de menor competência, afetando a contratação, promoção e atribuição de projetos. Ao longo da minha carreira, observei frequentemente casos em que as mulheres não conseguem determinados empregos devido a estes estereótipos.
Estudos e relatórios, como os WIT e Ravio Compensation Report, mostram consistentemente uma disparidade salarial de género, indicando diferenças nos ganhos entre homens e mulheres em funções semelhantes. Além disso, de acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres passam cerca de três vezes mais horas em trabalho de cuidado não remunerado do que os homens. Portanto, equilibrar família e carreira pode ser uma tarefa difícil para as mulheres.
Este assunto é significativo, e, na minha perspetiva, oferecer estratégias de L&D (Learning and Development) personalizadas para mulheres não é apenas uma questão de justiça — é um investimento estratégico no sucesso e sustentabilidade organizacional. No mundo dos negócios de hoje, a diversidade e a inclusão não são apenas boas ideias — são importantes para o sucesso. Porquê? Porque ajudam as empresas a atrair talentos de topo, impulsionar a inovação e construir uma reputação positiva e competitividade no mercado. Ao abraçar a EDI (Equidade, Diversidade e Inclusão), as empresas criam um ambiente justo e de apoio onde todos podem sentir-se bem-vindos. A EDI não é apenas a coisa certa a fazer, é também uma estratégia empresarial inteligente.
Para uma implementação bem-sucedida de EDI nas empresas, é importante ter um plano. Este plano deve incluir uma estratégia de formação e desenvolvimento que envolva diferentes elementos-chave:
- Oferecer formação para todo a empresa sobre preconceitos inconscientes e diversidade e inclusão para aumentar a conscientização. Fornecer ferramentas e estratégias para mitigar preconceitos na contratação, avaliações de desempenho e promoções.
- Estabelecer programas de mentoria com mulheres bem-sucedidas na indústria para inspirar e motivar outras a perseguirem os seus objetivos de carreira. Oferecer cursos e workshops, focados em liderança, negociação e marca pessoal.
- Desenvolver comunidades de mulheres com eventos de networking, grupos online e encontros de afinidade para colaboração, aprendizagem e apoio.
- Proporcionar opções de trabalho flexíveis, como trabalho remoto, horários flexíveis ou horários a tempo parcial para apoiar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e gestão dos compromissos pessoais.
- Destacar as contribuições das mulheres através de prémios e oportunidades de palestras em eventos da empresa para mostrar a sua experiência e fomentar uma cultura de reconhecimento.
Estas estratégias beneficiam tanto as mulheres quanto as empresas, promovendo o crescimento profissional, a diversidade, a inovação e o sucesso organizacional.
Anastasiia Kovalchuk, Growth Specialist, Intellias