As condições de imprevisibilidade e de sobressalto colocam sempre desafios excecionais à Escola. Torna-se então crucial que a Escola assegure uma normalidade, essencial na estruturação dos alunos. É indispensável igualmente que promova um sentimento de segurança para garantir um espaço de crescimento pessoal.
O bem-estar dos alunos, condição imprescindível para a disponibilidade de aprender, tem de ser particularmente acautelado. Há que ouvir os alunos, transmitir informação para facilitar a compreensão dos fenómenos que os rodeiam e desenvolver aprendizagens de interculturidade visando o conhecimento, o respeito e a valorização de realidades diferentes, alicerces do entendimento entre culturas e povos.
A par da interiorização de hábitos de aceitação e de respeito pela diferença, tem de ser cultivada consistentemente a ideia de que a diversidade é uma riqueza e de que a cooperação é a base do sucesso pessoal e coletivo. Tem de se desenvolver a consciência da necessidade de ser solidário com outros, de forma sensível e adequada.
A fase que enfrentamos tem um impacto visível nos alunos. Manifestam-se mais vulneráveis e ansiosos. Sentem um receio, indefinível, que afeta o seu dia a dia.
O ensino não presencial, de que todos tivemos de nos socorrer, veio ainda influenciar o percurso individual de cada um, ao impedir a normal interação na escola.
O ensino bilingue concorre para uma resposta privilegiada às exigências referidas. Assistimos assim, na última década, ao seu crescimento consistente na educação internacional. É lecionado hoje em mais de 30% das escolas internacionais, como resposta à procura das famílias, que privilegiam o ensino da língua e da cultura do seu país, a par da riqueza de uma escola internacional, a qual conduz, pela sua natureza a um convívio diário com uma realidade multifacetada e à aprendizagem sobre a forma de a integrarmos.
Esta modalidade de ensino desenvolve também capacidades e competências geradoras de uma atitude facilitadora do posterior sucesso profissional e pessoal. Incorpora nomeadamente benefícios a nível cognitivo, como o desenvolvimento da memória e da capacidade de abstração, que concorrem para elevar o desempenho académico.
St. Julian’s School foi pioneira na introdução em Portugal do ensino bilingue. Hoje em dia, com mais de 50 nacionalidades presentes, confirma a validade de uma opção tomada na década de trinta.
Procura-se aqui primordialmente desenvolver o conhecimento sobre a cultura nacional e culturas internacionais, acentuando o respeito e o sentido de responsabilidade por si próprio e pelos outros, para que a sociedade venha a contar com agentes de mudança, membros que se envolvam ativamente na construção de um mundo melhor.
Revelaram-se desde logo como inestimáveis as componentes artística e desportiva, facilitadoras da exteriorização dos pensamentos e das emoções, bem como a consciencialização das conquistas diárias e a celebração do sucesso, o que tem garantido aos alunos a certeza de conseguirem vencer os obstáculos que vão surgindo no seu caminho.
Nas palavras de uma ex-aluna “esta é uma escola onde os alunos são responsabilizados e envolvidos no seu próprio projeto de vida. Somos encorajados a pensar nos obstáculos como desafios e nos contratempos como oportunidades e isso faz-nos tentar sempre ser melhores, num exercício diário de superação”.
O sentido de identidade de uma escola, a par da diferenciação do currículo que ministra e da qualidade do trabalho que promove, são fatores determinantes. Encontramos essas características no St. Julian’s mas, dado que a atmosfera vivida numa escola extravasa qualquer descrição escrita, convidamos a uma visita.
Maria de Lurdes Faria e Silva,
Diretora St Julian’s School