Há algum tempo, não tão longínquo assim, ser comerciante era bastante mais difícil. Um empreendedor que tivesse uma ideia brilhante para colmatar uma lacuna no mercado debatia-se com um processo de venda e de compra bastante mais complicado do que aquilo que esperava. Os sistemas de pagamento eram complicados, as competências digitais eram limitadas ou inexistentes, e as restrições de tempo eram significativas. De acordo com o estudo ‘Future is Here’[1], da Visa, eram estes os principais obstáculos de quem queria iniciar um negócio online.
Mas, felizmente, o rápido avanço no setor dos pagamentos digitais tem vindo a reduzir significativamente este desafio que se colocava a vendedores e consumidores online. As plataformas disponíveis tornam, agora, mais fácil do que nunca iniciar um negócio como criador, vendedor ou consultor. E estas plataformas, com sistemas de pagamento integrados, são o palco de uma economia que não para de crescer – a dos novos empreendedores: os criadores de conteúdos digitais.
Em 2020, mais de 50 milhões de artistas, músicos e criadores – a tempo inteiro ou parcial – publicaram conteúdos online gerando um impacto económico considerável. O estudo ‘SMB Next Gen’ [2], também da Visa, que analisa a próxima geração de proprietários de PME e decisores financeiros, indica que a criação de conteúdos[3] é a segunda indústria mais popular entre os profissionais mais jovens na Europa (com 13% de quota de mercado) – o que demonstra a crescente prevalência do setor e desta nova vaga geracional de micro empresas e empresários.
O mesmo estudo revela que estes jovens empreendedores e decisores são mais recetivos a novas ferramentas financeiras, inovações e serviços que possam fazer crescer o seu negócio – sejam cartões virtuais, open banking, pagamentos ‘tap to phone’ ou autenticação biométrica. Para estes, a eficiência nas transações internacionais é crucial, já que uma parte significativa das suas receitas provém de vendas além-fronteiras e mais de 20% são proprietários de várias empresas, o que torna a necessidade de soluções de pagamento simples e seguras um imperativo.
O estudo previamente referido[4] revelou que 39% dos consumidores europeus considerariam a possibilidade de gerir um negócio online se tivesse acesso a uma ferramenta de Inteligência Artificial (IA), e 71% dos vendedores online afirmam que confiariam na IA para expandir o seu negócio. No Reino Unido, 82% dos decisores comerciais (de PME estabelecidas e empresas de maior envergadura), reconhecem os benefícios claros das soluções de pagamentos digitais, com 67% a registarem crescimento nas vendas através do TikTok. E assumem que a velocidade e a inovação continuam a ser cruciais a todos os níveis – 74% concordam que, se não acompanharem as tendências de pagamentos, ficarão para trás (dados do estudo Visa ‘UK B2B’[5])
Os criadores enfrentam desafios idênticos às PME, e que passam pela necessidade de um acesso rápido a um fundo de maneio, de ferramentas de combate à fraude e pelo aumento da concorrência. E o caminho para que possam estabelecer-se, com uma presença online rentável, está cada vez mais claro. A Visa anunciou recentemente, na Web Summit 2024, que os criadores de conteúdos serão reconhecidos como PME. Capacitar estes empreendedores, proporcionando-lhes acesso a ferramentas, conhecimentos e produtos antes disponíveis apenas para empresas tradicionais, é um passo crucial. Esta democratização tecnológica promete ampliar significativamente o impacto económico desta nova geração de empreendedores.
A convergência entre identidade digital e os pagamentos em tempo real, está a possibilitar que milhões de vendedores aceitem pagamentos digitais de forma simples e direta. O processo tornou-se mais ágil, permitindo que qualquer pessoa com uma conta bancária aceite pagamentos digitais em tempo real, sem necessidade de uma conta comercial adicional, de um processador de pagamentos ou de terminais de pagamento.
Os novos métodos de pagamento e de classificação empresarial facilitam o acesso à economia digital. E o setor financeiro está a adaptar-se às necessidades desta nova geração de empreendedores, através de uma variedade crescente de serviços financeiros digitais – que vão de cartões empresariais a plataformas de gestão de pagamentos, ou programas de formação em competências empresariais
Esta transformação é bilateral. Enquanto as instituições financeiras desenvolvem e disponibilizam ferramentas, a nova vaga de jovens empreendedores precisa de aproveitar totalmente o potencial digital. Os pagamentos integrados, por exemplo, têm revolucionado a experiência do utilizador, tornando as transações praticamente invisíveis no processo de compra. Esta evolução, aliada a uma utilização responsável de dados, permite experiências cada vez mais personalizadas e eficientes.
Tal como os cartões de débito vieram revolucionar as despesas diárias, a democratização dos pagamentos digitais está a definir novos padrões para transações comerciais em todo o mundo. Inovações, como a tecnologia contactless ou pagamentos mobile, estão a criar um ambiente mais inclusivo e eficiente para todos os envolvidos no mercado digital.
O impacto desta revolução, e da nova vaga de empreendedores digitais no PIB europeu, tradicionalmente impulsionado pelas PME – embora ainda difícil de prever – é sem dúvida, muito promissor[6].
Mehret Habteab,
Head of Product da Visa Europa
[1] O estudo ‘Future is Here’ foi realizado entre março e abril de 2024 e envolveu 8.000 consumidores da França, Itália, Espanha, Polónia, Alemanha, Suécia e Reino Unido. Os dados da Gen Pop foram avaliados de forma a aproximarem-se da população adulta com base no género, nível de escolaridade, idade, raça e região.
[2] ‘SMB Next Gen’ é um estudo global da Visa sobre PME e decisores financeiros, abrangendo a Geração Z, os Millennials e os empresários mais velhos. Total (n=1.481); Europeu (n=639).
[3] Os criadores de conteúdos descrevem a sua atividade como artes criativas/criação de conteúdos (ou seja, arte, fotografia, criação de conteúdos incluindo música, jogos, autores, joalheria, etc.)
[4] O estudo foi realizado entre março e abril de 2024 e envolveu 8.000 consumidores da França, Itália, Espanha, Polónia, Alemanha, Suécia e Reino Unido. Os dados da Gen Pop foram avaliados de forma a aproximarem-se da população adulta com base no género, nível de escolaridade, idade, etnia e região.
[5] Estudo realizado no Reino Unido em março e abril de 2024, que inquiriu 516 decisores séniores envolvidos em decisões de investimento, operacionais ou estratégicas numa variedade de setores e dimensões de empresas.
[6] https://navigate.visa.com/europe/unlocking-the-untapped-potential-of-smes-in-europe/
Os case studies, comparações, estatísticas, estudos e recomendações são fornecidos “TAL COMO ESTÃO” e destinam-se exclusivamente a fins informativos, não devendo ser considerados como conselhos operacionais, de marketing, jurídicos, técnicos, fiscais, financeiros ou outros. A Visa Inc. não presta qualquer garantia ou declaração quanto à exaustividade ou exatidão das informações contidas no presente documento, nem assume qualquer obrigação ou responsabilidade que possa resultar da confiança depositada nessas informações. As informações contidas no presente documento não se destinam a servir de consultoria jurídica ou de investimentos, pelo que se recomenda aos leitores que procurem esclarecimentos de um profissional competente sempre que necessário.