Quando lemos ou ouvimos falar sobre água nos diferentes cantos do mundo, percebemos que o que há em comum é o facto de todos concordarem que é um bem sem o qual não existe vida, é esgotável e deve ser tratado com respeito e parcimónia.
Já a forma como a água está acessível às populações, a sua qualidade e disponibilidade, não é assim tão taxativa. 3 em cada 10 pessoas continuam sem acesso a água potável e são muitos os países que se debatem com um elevado nível de stress hídrico, bem como, grave escassez.
Continuam a ser muitos os que têm em pausa as suas infâncias, as suas vidas, e tudo o que lhes está inerente, para percorrem quilómetros e quilómetros, diariamente, em busca daquilo que muitos de nós temos ao girar de uma torneira. (por enquanto) Uma coisa é certa. Se uns são privilegiados nesta matéria e outros as suas maiores vítimas, a verdade é que a responsabilidade é de todos, sem exceção. Até porque, tratando-se de um recurso esgotável, os privilegiados não estão fora de perigo. É urgente olharmos para a água de uma forma global e percebermos que representa uma das principais questões socioambientais do mundo atual. É urgente percebermos que todos, privilegiados e vítimas, temos responsabilidades sobre tudo o que a envolve.
A COP26 reuniu em novembro cerca de 50 mil participantes. Do encontro saíram promessas, ideias, soluções, experiências, receios, mas saíram também decisões que, embora possam não ser suficientes, representam algo que considero fundamental: Vontade. E é por causa dessa vontade, sentida por todos, que assistiremos ao fim dos combustíveis fósseis, ao apoio aos mais fragilizados, ao investimento em energias renováveis.
Este é o momento de agirmos se queremos ver a mudança, se queremos manter o nosso Planeta e deixá-lo são e salvo para os nossos filhos e netos. Este é o momento, ainda que estejamos conscientes que há problemas que já se tornaram irreversíveis.
A EPAL tem, nos últimos anos, seguido um interessante caminho rumo à sustentabilidade. Ainda antes da mudança da lei que obriga os estabelecimentos do setor da hotelaria, restauração e cafetaria a disponibilizarem aos seus clientes água da torneira, já a EPAL, muito tempo antes, dinamizava entusiasticamente a sua Campanha de consumo exclusivo de água da torneira, disponibilizando os seus jarros e garrafas de vidro a muitas entidades públicas e privadas, em restaurantes e hóteis, para que naqueles locais se consumisse apenas água da torneira.
Importante sublinhar que esse caminho não tem seguido linha reta. Ao contrário, tem tido inúmeras “estradas”, que representam inúmeras medidas que, no final, pretendem chegar a um único destino: Contribuir ativamente para um Planeta mais sustentável. Assumir-se como agente ativo na mudança de comportamentos. Só podia… afinal trata-se da empresa que tem a missão de levar água às pessoas e que sabe, melhor que ninguém, o que ela representa, bem como, o peso da sua responsabilidade no que toca à sua gestão.
Exemplo disso é a sua luta às perdas de água. Em Portugal, 28,8% da água para consumo humano, distribuída pelas Entidades Gestoras, perde-se na rede, ou seja, não chega à torneira dos consumidores. A EPAL tem um nível de perdas na ordem dos 10%, o que muito contribuiu para o galardão Lisboa Capital Verde. Lisboa é considerada uma das capitais mais eficientes e, por isso, uma referência mundial. Importa, também, aqui referir que associada à redução das perdas de água está a redução de custos com energia, reagentes e da pegada de carbono entre outras.
Tem também em curso o Programa “EPAL 0% Energia”, cujo objetivo é atingir, até 2025, a neutralidade energética. A sua Estação de Tratamento de Água da Asseiceira, será a primeira no mundo 100% autossustentável em energia.
Estes são alguns exemplos de como cada um de nós pode contribuir, fazer a diferença e assegurar o futuro.
No dia em que não houver água, todos seremos vítimas e aí lamentaremos a inércia, o descaso e a falta de importância que lhe demos. Aí não haverá Planeta, não haverá privilegiados, não haverá vida. Aí não haverá nada… mas… ainda vamos a tempo.
Por Marcos Sá,
Diretor de Comunicação, Marketing e Educação Ambiental da EPAL