Desde cedo que adora negócios e pessoas. Por isso, sabia que o seu futuro passava por estes dois mundos. Até chegar aonde está hoje, Lucas Valente da Silva lavou carros, trabalhou em restaurantes, vendeu máquinas de tabaco aquecido e surfou muito — o bodyboard é uma paixão que, nos cerca de três meses em que se sentiu perdido e sem saber o que fazer, foi mais do que um mero hobby. O mundo do imobiliário chegou-lhe por sugestão da irmã, que, conhecendo a empatia como uma das características de Lucas, achou ser o trabalho ideal para si. “Quando cheguei à Re/Max, a primeira pessoa com quem me cruzei foi a Priscila, a coordenadora da agência, que chamou o Bruno Miranda – que é meu mentor ainda hoje. Eu disse ao Bruno que queria ser consultor imobiliário. O que é certo é que, quando entrei pela Re/Max adentro, não sabia sequer o que era ser consultor imobiliário, tanto que entrei de calções de banho, Vans e chapéu. No dia seguinte, o Bruno mandou-me ir mais bem vestido, e tivemos uma reunião mais séria, mais formal… e entrei para o ramo imobiliário em 2020, com apenas 20 anos”, recorda Lucas. Os primeiros seis meses não foram fáceis: não faturou um euro nem angariou imóvel algum. Até ao dia em que tudo mudou. E hoje, com apenas 25 anos, já vendeu mais do que 609 imóveis, arrecadou vários prémios e é considerado o consultor n.º 1 da Europa com menos de 30 anos. Um percurso que reflete a sua dedicação ao trabalho, e o qual agradece a Deus: “Todas as minhas vitórias, dou graças a Deus, e sei que é Deus que ilumina o meu caminho todos os dias da minha vida.”
Como investir no mercado imobiliário?
“Pode investir-se no mercado imobiliário de diversas formas: compra, para manter o ativo; compra, para a geração de receita; compra e venda; e compra em planta, esperar que valorize e, depois, vender.”
Qual foi a sua primeira venda?
A minha primeira venda surge através de uma amiga, cuja mãe estava à procura de um imóvel para investimento. Acabámos por comprar um apartamento de 196 mil euros, no Bairro dos Atores, Penha de França, em Lisboa. Um investimento que depois gerou uma nova angariação, porque o coloquei no mercado de arrendamento. Ou seja, com um negócio, fiz dois: uma venda e um arrendamento. A parte mais curiosa desta cliente é que ela comprou o meu primeiro imóvel e comprou-me também o imóvel número 565.
É formado em marketing, comunicação e relações públicas. A sua formação ajuda-o a alcançar os objetivos de trabalho?
Sem dúvida alguma que o meu curso profissional de marketing, comunicação e relações públicas, na escola Magestil, me ajudou bastante a impulsionar o meu negócio. Em três anos de curso, aprendi imensas coisas, desde trabalhar com Adobe Illustrator e Photoshop a saber comunicar: comunicar através de metáforas, a forma como temos de comunicar, que tipo nicho de clientes temos de atingir, a forma como o atingir… foi muito, muito, útil.
4 conselhos para bem investir em imobiliário
1 Selecionar uma zona. Deve investir-se numa zona que se conhece, que se sabe o valor do mercado, que atrações tem e que tipo de pessoas a frequentam;
2 Perceber se se tem cerca de 20% a 30% do valor do investimento;
3 Perceber que tipo de investimento se pretende fazer: se um investimento fix and flip, em que se tem um retorno rápido e imediato; ou colocar para arrendamento, em que se tem o poder de valorizar o ativo;
4 Contratar um consultório imobiliário experiente, para que possa ajudar, para não se cair em enganos.
É o consultor n.o 1 da Europa, com menos de 30 anos. Como é que se atinge este marco?
Com muito foco, muita resiliência e muito trabalho. E uma coisa que eu costumo alegar é que não existe sucesso sem uma palavra: “desequilíbrio”. A maior parte das pessoas procura equilíbrio, mas quem procura muito sucesso terá de aceitar que, para o conquistá-lo, terá de existir muito desequilíbrio. E acho que esta é a palavra que mais descreve todo este processo. Dedico-me a 200% à minha carreira profissional. Deixo muito da minha vida pessoal de parte, muitos momentos…
De 2020 a 2022, arrecadou cerca de 20 prémios. O que representam para si?
Representam grandes conquistas. Na verdade, eu era um jovem de 20 anos quando comecei. O meu objetivo, no início, era ganhar cerca de 5 mil euros para poder ter dinheiro para surfar. E, step by step, fui atingindo vários marcos. Os prémios representam muito trabalho, choro, sacrifício, dor, derrotas…, mas, no dia a seguir, acordar para conseguir ser mais e melhor.
Porque se deve investir no sector imobiliário?
Diria que as pessoas devem investir no mercado imobiliário, porque é o mercado mais seguro para investirem o seu capital. Existem dois mercados muito atraentes: o mercado financeiro e o mercado imobiliário. Contudo, para mim, o mercado imobiliário sempre foi e sempre será o mercado mais estável e mais seguro para um cidadão investir o seu capital. Pode comprar o imóvel e arrendá-lo, tem-se sempre um ativo. Gera renda, produz receita.
Na perspetiva do Lucas, quais as principais tendências do imobiliário para 2025?
Haverá uma grande procura de imóveis, sobretudo pelos jovens, e deve surgir nova construção – porque existe muita falta de habitação, daí a inflação dos valores. Quanto ao tipo de habitação: arredores de Lisboa, zonas menos centrais (onde as pessoas conseguem ter uma qualidade de vida superior do que se morassem no centro de Lisboa), com mais varandas e espaços verdes.