O maior diamante azul vívido que apareceu em leilão foi vendido por praticamente US$ 57,5 milhões (54,4 M€) esta quarta-feira em Hong Kong, quase estabelecendo um recorde mundial, num momento em que a procura por diamantes continua a recuperar após a queda durante a pandemia.
O De Beers Cullinan Blue foi vendido após oito minutos de lances alternados entre quatro compradores em potencial, revelou a Sotheby’s, o que ajudou a elevar o preço final além da estimativa de pré-venda de US$ 48 milhões (45,4M€) feita pela casa de leilões.
A licitação vencedora pertenceu a um cliente anónimo que fez lances por telefone por intermédio de Wenhao Yu, presidente de joias e relógios da Sotheby’s Asia.
O diamante lapidado de 15,10 quilates é internamente impecável e o maior de seu tipo já classificado pelo Gemological Institute of America, de acordo com a Sotheby’s.
Os diamantes azuis vívidos estão entre os diamantes coloridos mais raros e apenas cinco exemplares com mais de 10 quilates foram leiloados e nenhum jamais ultrapassou 15 quilates antes, disse a casa de leilões.
O diamante foi descoberto em abril de 2021 pela Petra Diamonds na mina Cullinan, na África do Sul, onde foi encontrado como uma pedra bruta de 39,35 quilates e posteriormente adquirido em conjunto pela De Beers e Diacore por US$ 40,2 milhões (38 M€).
GRANDE NÚMERO
US$ 57,5 milhões (54,4 M€): Esse é o valor do Oppenheimer Blue de 16,63 quilates, vendido em leilão em 2016. Esse diamante detém o recorde do diamante azul mais caro do globo. O De Beers Cullinan Blue foi vendido esta quarta-feira por US$ 57.471.960 (€54.414.304), perdendo por pouco o recorde para o Oppenheimer Blue que valeu US$ 57.541.779 (€54.480.408), disse a Sotheby’s.
Preços a subir
Os preços dos diamantes estão a subir depois do setor ter experimentado uma queda na procura com a pandemia da COVID-19, em 2020.
Duas das principais empresas de diamantes do mundo, De Beers e Alrosa, terminaram o ano passado com números de vendas maiores do que 2019, antes da pandemia.
Os especialistas do setor esperam que esta tendência prossiga em 2022. “Num cenário de hiperinflação antecipada e geopolítica instável, agora estamos a testemunhar uma tendência frequentemente vista de os superricos se voltarem para ‘ativos duros’ para investimento”, afirma Tobias Kormind, diretor administrativo da maior empresa europeia de joalharia online, a 77 Diamonds.
Leilões em maio
Várias gemas de alto perfil irão estar em leilão no próximo mês, o que será um novo teste para o mercado de diamantes. Um diamante branco de 228,31 quilates pode tornar-se o maior de seu género a ser leiloado quando for à venda em Genebra em maio, e pode chegar a US$ 30 milhões (28,4M€).
O histórico Diamante da Cruz Vermelha, uma joia amarelo-canário de 205 quilates, em forma de almofada, deve ser vendido por US$ 10,7 milhões (10,1M€) em leilão no próximo mês.