As aulas estão quase a começar e o grande drama dos pais dos alunos do ensino superior deslocados é encontrar alojamento para os seus rebentos. Ora, esta não tem sido uma tarefa fácil nos últimos anos, não é só pela oferta limitada, como, sobretudo, pelos elevados valores que são pedidos pelos quartos arrendados a estudantes. Este é, aliás, um dos motivos que leva alguns estudantes que entram na universidade a não efetivar a sua matricula ou a desistirem nos primeiros meses.
O portal imobiliário Imovirtual analisou a variação de preços médios entre 2024 e 2025 e fez as contas, concluindo que, entre julho de 2024 e julho de 2025, o preço médio dos quartos para estudantes caiu 10%, passando de 500 euros para 450 euros. O Imovirtual refere, em comunicado enviado às redações, que “tendo em conta os dados, é possível verificar um possível abrandamento na pressão sobre os valores de arrendamento neste segmento, mesmo num período marcado por forte procura”.
Também o Porto registou um elevado acréscimo no número de anúncios: dos 334 anúncios em julho do ano passado, passou-se para os 1.063 este ano, um crescimento de 218%.
Os dados recolhidos pela plataforma mostram que a oferta de quartos subiu a nível nacional, um crescimento de 88% face ao mês de julho do ano transato. E talvez seja esta a explicação para a queda do preço verificado. Quando a análise é regional, os dados já mostram as variações escondidas pelas médias. Coimbra é a cidade com o maior crescimento na oferta de quartos, acréscimo que atinge os 383%, mas, ainda assim, os preços médios subiram de 320 euros para os 400 euros, o que representa um acréscimo de valor na ordem dos 25%. Ou seja, dos 89 anúncios de quarto em 2024, a cidade passou para 430 anúncios.
Mais a norte, também o Porto registou um elevado acréscimo no número de anúncios: dos 334 anúncios em julho do ano passado, passou-se para os 1.063 este ano, um crescimento de 218%. No entanto, nesta cidade, o preço médio da oferta caiu dos 490 euros para os 450 euros. O mesmo aconteceu em Braga que viu a oferta crescer 105% e o valor médio cair de 365 euros para os 355 euros.
Lisboa tinha mais de 4 mil quartos disponíveis em julho
No entanto, quando descemos mais a sul, a oferta na região de Lisboa cresceu apenas 61%, para um total de 4.243 ofertas. No entanto o preço médio na capital manteve-se nos 450 euros por acomodação. Menos em conta ficam os quartos em Cascais e Oeiras, apesar da descida de 8%: o valor médio das duas cidades é agora de 550 euros, tendo Cascais registado um aumento de 137% na oferta e Oeiras um acréscimo de 160%.
Almada segue a mesma tendência, com um aumento de 125% no número de anúncios e uma quebra de preço médio, que passou dos 525 euros para os 450 euros. Próximo da capital, Amadora, reduziu o preço médio de 500 para 450 euros e Sintra manteve um preço médio de 550 euros, apesar da subida no número de quartos anunciados. Segundo o Imovirtual, estes dados reforçam o papel destas zonas como opções relevantes fora do centro da capital, mas ainda com ligação privilegiada.
