Arrancam as obras, no mês de fevereiro, para a instalação do “Museu Nacional Resistência e Liberdade” na Fortaleza de Peniche, uma empreitada que está avaliada em 2,9 milhões de euros e que será conduzida pelo Atelier Ar4 (Évora), sob coordenação do arquiteto João Barros Matos.
A intervenção deve estar concluída no primeiro trimestre de 2023, de modo a que o “Museu Nacional Resistência e Liberdade” possa ser inaugurado a 25 de abril de 2023, um ano antes das comemorações do 50º Aniversário do 25 de Abril de 1974.
Esta intervenção “é fundamental para a concretização do objetivo assumido pelo Governo em 2016 de criar um museu verdadeiramente multidisciplinar, cuja missão seja a de contribuir para a preservação da memória histórica da Fortaleza de Peniche e da luta do povo português e, em particular, da resistência à ditadura, pela liberdade e pela democracia e sua transmissão às gerações mais jovens”, salienta a Direção-Geral do Património Cultural.
Primeira intervenção em 2017
Em 2017, teve início a primeira intervenção na Fortaleza de Peniche, com vista a proteger e preservar a integridade deste monumento “de importância única na história recente de Portugal, permitindo a sua valorização, interpretação e fruição pública dos seus espaços simbólicos”, declara o Executivo.
Simbolicamente, no dia 25 de abril de 2019, foi inaugurada a exposição “Por teu Livre Pensamento”, instalada nos espaços exteriores aos edifícios prisionais principais, “compreendendo também a musealização do parlatório, da Capela e do fortim redondo”, recorda o Ministério da Cultura.
Em simultâneo, foi inaugurado, no mesmo dia, um Memorial com os nomes de todos os presos políticos deste estabelecimento prisional. Desde essa data, o monumento já recebeu a visita de cerca de 250 mil visitantes, esclarece a tutela.
O projeto museológico do “Museu Nacional Resistência e Liberdade” deverá ser apresentado em breve, decorrendo do levantamento de toda a documentação e objetos que possam integrar o programa museológico, realizado pelo Instituto de História Contemporânea da Nova, com a colaboração da DGLab, da Fundação Mário Soares, do Centro de Estudos Sociais, entre outros.
A documentação será distribuída por núcleos temáticos que contam a história desde a Ditadura Militar, o Estado Novo até ao 25 de abril, com a guerra colonial em paralelo.
O museu “materializa-se na sobreposição de três tempos: o tempo da fortaleza, o tempo da prisão e o tempo do museu, com o reconhecimento da importância da salvaguarda e conservação do conjunto no seu todo”, refere o projeto de arquitetura vencedor.
O Museu também vai versar sobre as prisões políticas do país, nomeadamente Aljube, Caxias, Sede da Pide, Forte de São João Batista e Campo do Tarrafal.
O projeto de instalação do “Museu na Fortaleza de Peniche” é coordenado pela Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica (CICAM) do futuro Museu Nacional da Resistência e da Liberdade.
A museóloga Aida Rechena é a primeira diretora do “Museu Nacional Resistência e Liberdade”, nomeada na sequência do concurso internacional para a direção dos museus, palácios e monumentos nacionais, informa ainda o Ministério da Cultura.
O projeto arquitetónico escolhido, entre 22 propostas, para edificar o museu foi o do arquitecto João Barros Matos (Atelier AR4), “um projecto muito contido e algo sombrio de acordo com a natureza dramática do seu conteúdo central”, considerou o júri do concurso.
Conheça o programa museológido previsto para a Fortaleza de Peniche, descarregando o ficheiro aqui em baixo:
Conheça o projeto arquitetónico vencedor, no ficheiro disponível aqui em baixo: