Hans Jörg Böhm (Jorge Böhm) teve o primeiro contacto com Portugal em 1961, quando o veleiro Prosper d’Etel onde viajava com um conjunto de estudantes de pintura a caminho das ilhas Seicheles teve algumas dificuldades a atravessar o golfo da Biscaia e necessitou de fazer uma paragem forçada em Cascais. “Durante a noite fomos abalroados por um barco de um pescador e lá se foi o sonho das Seicheles”, diz.
Era o fim de uma viagem, mas o início de uma outra. “Acabei por conhecer Portugal e fiquei encantado com a riqueza e Lisboa naquela época”, explica, recordando o cenário que encontrou na rua das Portas de Santo Antão, onde os restaurantes expunham a exuberância da época com veados inteiros pendurados à porta e montras cheias de lagostas. “Era a fase de Salazar, em que os ricos eram incrivelmente ricos. Eu não conhecia aquela realidade e fiquei encantado”, exclama.
O alemão Jorge Böhm é um dos maiores especialistas em castas nacionais.
Após o contacto inicial com terras lusas regressou à Alemanha, onde terminou o curso de Economia. Tinha o destino traçado na empresa da família, mas após uma breve passagem pelo Brasil, onde aproveitou para aprender português, e com a abertura das fronteiras alemãs ao vinho estrangeiro, teve um álibi para voltar a Portugal. A 25 de Abril de 1974 estava em Portugal com um grupo de jovens empresários alemães. Continuava aqui o percurso português de um dos maiores especialistas em castas nacionais que, a partir da sua propriedade de Montemor-o-Novo, no Alentejo, continua a estudar e a proteger. O perfil de um dos maiores nomes dos sector do vinho em Portugal está na FORBES de Julho/Agosto.