Os fundos de investimento são dos produtos mais comuns e, de alguma forma, aconselhados quando começa a construir a sua própria carteira de investimentos e daí ser importante que fique perfeitamente claro o que são, como funcionam e, mais do que isso, como o podem podem ajudar e fazer ganhar dinheiro.
Lembre-se que qualquer investimento de sucesso começa no conhecimento que tem sobre ele. Se não entende, ao detalhe, o funcionamento do seu investimento, então não é o certo para si.
Então, o que é um fundo de investimento? Este produto não é mais do que uma carteira de investimento com vários ativos que seguem uma determinada regra definida à partida e sobre o qual pode comprar unidades de participação. Confuso? Simplificando, é como se fosse um bolo em que sabe exatamente quais os ingredientes que lá estão e em que quantidades, e com isso em mente decide comprar uma fatia. Além disso, e da mesma forma que entra numa pastelaria e tem uma enormidade de bolos, cada um com ingredientes diferentes e preços diferentes, é exatamente igual nos fundos de investimento. Existem fundos com inúmeros ativos lá dentro e cada um desses fundos tem também um preço.
Quando falo em “fundos com inúmeros ativos” significa que há fundos que investem em praticamente tudo o que possa imaginar: ações, obrigações, imobiliário ou matérias primas são alguns exemplos. E depois tem dentro desses grandes grupos, alguns mais específicos como, por exemplo, fundos que só investem em empresas de negócios “verdes” ou obrigações de estados europeus.
Praticamente para tudo o que possa imaginar haverá, quase de certeza, um fundo de investimento que tenha essa mesma estratégia.
Agora que sabe o que são fundos de investimento, é importante saber que há dois tipos fundamentais:
- Gestão Ativa – Quando um fundo de investimento tem uma gestão ativa, isto significa que existe uma pessoa, um gestor, a gerir o fundo ativamente, comprando e vendendo posições da carteira conforme a sua própria análise e o que considera ser o melhor para rentabilidade do fundo. Isto resulta em custos de gestão mais altos e num risco tendencialmente superior já que estamos sujeitos às análises do gestor.
- Gestão Passiva – Um fundo de gestão passiva segue automaticamente um determinado índice (por exemplo, o S&P500, o índice acionista das 500 maiores empresas norte-americanas), efetuando os movimentos de compra e venda de posições autonomamente e apenas para garantir a correta replicação do índice que segue. Isto significa que os custos de gestão serão mais baixos (até 10 vezes inferiores) e um risco mais controlado já que se trata apenas do risco do próprio mercado e não depende da análise de uma pessoa.
Estes fundos de investimento, independentemente do tipo, têm uma cotação diária e uma das formas de ganhar dinheiro com eles é a receita habitual de vender mais caro do que conseguiu comprar.
A outra forma já vai depender da sua estratégia de investimento, de uma forma geral, e em fundos de investimento, em particular, e consiste na forma como recebe os dividendos pagos pelo fundo. A forma de pagamento de dividendos estará sempre identificada na ficha do produto que deve consultar antes de decidir investir. Pode optar por uma de duas formas:
- Acumulação – Os fundos de acumulação reinvestem automaticamente os dividendos gerados, formando o famoso efeito do “juro composto”. Isto significa que o valor dos dividendos vai fazer a carteira mais valiosa e, com isso, provocar um aumento da cotação do mesmo.
- Distribuição – Os fundos de distribuição, como o nome indica, distribuem o valor dos dividendos gerados, sendo este valor automaticamente disponibilizado na sua conta à ordem ou semelhante. Nessa altura poderá depois decidir o que fazer com eles.
A questão que se coloca é: haverá uma estratégia melhor do que a outra? Para mim, a resposta é simples e é “não”
A melhor estratégia é aquela que se enquadra com os seus objetivos e o que quer fazer com o seu dinheiro. Se o seu objetivo é acumular uma grande quantidade de dinheiro e até isso acontecer viver do seu ordenado, então a acumulação é o caminho para si. Se, por outro lado, quer ter um retorno visível e regular dos seus investimentos e com isso começar a criar fontes alternativas de rendimento, então distribuição é o que procura.
Como em todos os investimentos, e para pena de todos nós, não existem receitas mágicas no momento de decidir qual o melhor fundo para si, mas há algumas coisas que pode analisar e que podem ajudar:
- Composição da carteira – Tal como mencionei anteriormente, conhecer e entender a 100% a política de investimento do fundo e a composição da carteira é essencial para que possa fazer um investimento totalmente consciente e informado
- Rentabilidade histórica – Quanto mais tempo tiver para deixar o seu investimento a trabalhar, maiores as probabilidades de sucesso do mesmo. Apesar de rentabilidades passadas não serem garantia de rentabilidades futuras, um bom histórico aumentará as suas hipóteses de sucesso.
- Nível de risco – Todos os investimentos têm risco, mas o risco varia consoante a política de investimento. Os fundos de investimento têm, habitualmente, uma escala denominada SRRI, que classifica de 1 a 7, sendo 1 o mais baixo e 7 o mais alto, o nível de risco do investimento. O risco deve ser diretamente proporcional à expectativa de rentabilidade.
- Custos e comissões – Estes valores devem ser o mais baixos possível, principalmente quando falamos de comissões de gestão ou manutenção já que estes são aqueles que persistem no tempo e terão um impacto direto na rentabilidade do investimento.
- Preço – Quando começar a investigar o tema, vai rapidamente perceber que há fundos de investimento para todas as carteiras, mesmo quando investem exatamente sobre o mesmo índice, por exemplo. Deve encontrar fundos que tenham um preço unitário baixo para que te permitam comprar mais unidades, mais frequentemente.
Com estes tópicos em mente, pode fazer uma simples tabela de Excel e comparar aqueles que parecem boas hipóteses. Depois, basta olhar para a sua tabela e perceber o que será o melhor investimento para si. Num mundo perfeito, gostaria de encontrar algo que tenha rentabilidade alta, de baixo risco, com baixos custos e baixo preço, mas dificilmente encontrará um que seja o melhor em todos estes aspetos, por isso será uma questão de avaliar prioridades.
Bons investimentos!