A Cushman & Wakefield apresentou o Marketbeat Outono 2021, publicação que resume a atividade do mercado imobiliário nacional até ao momento e lança perspetivas sobre a sua evolução.
Segundo Eric van Leuven, diretor-geral da consultora em Portugal, “os primeiros meses de 2021 foram desafiantes para o mercado imobiliário nacional, em consequência do contínuo impacto negativo da crise pandémica que contribuiu para uma maior cautela por parte da procura”.
Ainda assim, salienta Eric van Leuven, “apesar de as restrições à circulação no início do ano terem dificultado a concretização de negócios, o sentimento geral é de uma expectativa de recuperação gradual do mercado, suportada pela evolução positiva da economia”.
“As previsões apontam para uma recuperação do mercado imobiliário nacional ao longo da segunda metade do ano”
No que diz respeito à evolução futura da atividade, Eric van Leuven afirma que “as previsões apontam para uma recuperação do mercado imobiliário nacional ao longo da segunda metade do ano, sustentada pela resolução da situação pandémica. Não obstante, poderá manter-se alguma cautela por parte da procura, ainda que diferenciada entre os diversos setores imobiliários”.
Onde está a maior dinâmica e a maior incerteza
Se, por um lado, refere o diretor-geral da consultora em Portugal, “se prevê que a procura de industrial & logística se mantenha dinâmica”, por outro lado, “os segmentos de retalho e hotelaria estão envoltos em maior incerteza”.
No que se refere ao setor de escritórios, “está ainda por apurar o real impacto que o teletrabalho terá na forma de ocupação futura dos espaços de escritório”, aponta van Leuven.
Em relação ao mercado de investimento institucional, o responsável em Portugal da imobiliário antecipa “uma manutenção do interesse dos players internacionais, ainda que com um maior enfoque em produto prime”.
Nesse contexto, “os ativos em localizações prime, com contratos bons e inquilinos sólidos irão dominar a procura, por oposto a ativos mais periféricos, ou com um perfil de rendimento menos estabilizado. Em termos de distribuição por setor, verifica-se uma preferência por categorias com escassez de oferta em Portugal, nomeadamente nos segmentos de logística e residencial para arrendamento (ou PRS – private rented sector)”, enquadra este especialista.
“As estimativas da Cushman & Wakefield para o volume de investimento em 2021 situam-se atualmente na ordem dos €2.000 milhões, um montante que, apesar de implicar uma quebra na ordem dos 27% face a 2020, a ser atingido representará o quarto maior resultado registado no mercado nacional”, diz Eric van Leuven.