Na conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas da primavera da Comissão Europeia, em Bruxelas, Paolo Gentiloni, comissário da Economia, abordou os motivos pelos quais os 5,8% de crescimento do PIB em Portugal poderão estar, não apenas acima da média europeia de 2,7%, como acima de todos os crescimentos relativos dos demais membros da União.
Segundo Gentiloni, uma das “molas” que fará com que este cenário possa ocorrer deve-se ao incremento do turismo estrangeiro e das vagas de turistas, após dois anos de pandemia e tendo em conta uma base comparativa baixa.
“A reabertura do turismo para um país maioritariamente baseado em turismo externo do que interno teve um papel importante” na estimativa, diz Gentiloni.
“A reabertura do turismo para um país maioritariamente baseado em turismo externo do que interno teve um papel importante” na estimativa, refere Paolo Gentiloni que adjetiva as projeções para o nosso país de “realmente boas, tanto para o crescimento, como em relação ao rácio da dívida face ao PIB, que em 2023 deverá atingir 115%, o que fica abaixo do nível pré-pandemia”.
A Comissão Europeia reviu em alta de 0,3 pontos percentuais (p.p.) o crescimento económico esperado para Portugal este ano, de 5,5% (previstos em fevereiro) para 5,8%, apesar dos desafios externos colocados pela guerra, segundo as previsões macroeconómicas de primavera divulgadas.
Este é o valor mais elevado entre os 27 Estados-membros da UE, seguido da Irlanda (5,40%), Malta (4,20%) e Espanha (4,00%).
Todavia, para 2023, o ritmo do PIB português vai abrandar significativamente nas contas de Bruxelas, dado que, após uma forte recuperação no turismo este ano, este setor terá “um impacto neutro em 2023, levando a que o crescimento económico tenha uma evolução mais moderada de 2,7% em 2023.
Espanha, por exemplo, que em 2022 deverá crescer 4% (menos 1,8 p.p. do que Portugal), já em 2023 deverá crescer 3,40% (mais 0,7 p.p. do que o nosso país).
Para Portugal, a previsão de Bruxelas relativamante à taxa de inflação aponta, nesta sua revisão macroeconómica, para um cenário mais desfavorável: a Comissão Europeia reviu em alta este indicador do custo de vida para o país que deverá agora fixar-se nos 4,4% em 2022 contra 2,3% da previsão anterior.
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