Natal é tempo de magia e a Forbes Portugal foi a Maastricht, Holanda, assistir ao tradicional (e encantado) concerto natalício de André Rieu. Em jeito de antecipação da reportagem que sai na edição de dezembro/janeiro que, em breve estará nas bancas, publicamos agora um excerto da entrevista dada pelo músico.

A conversa leva-nos aos natais de Rieu quando era criança e da inspiração que esses momentos lhe dão para recriar os seus espetáculos verdadeiramente únicos de Natal.

Que memórias da sua infância tenta trazer para estes espetáculos de Natal?
Acho que não são realmente memórias da minha infância, ou talvez sejam, não sei. Sempre adorei o Natal por causa da música natalícia e da atmosfera, por estar em casa. Além disso, celebro o Natal em casa com a minha família. Sem grandes festas, sem grandes refeições, embora eu cozinhe!
“Celebro o Natal em casa com a minha família. Sem grandes festas, sem grandes refeições, embora eu cozinhe!”
Quando pensa no Natal da sua infância em Maastricht, qual é a primeira imagem que lhe vem à cabeça?
Lembro-me de quando era um menino de seis anos e cantava soprano no coro da igreja. O Natal para nós significava os momentos emocionantes em que cantávamos as canções e hinos mais bonitos e festivos na igreja. Para mim, a música ainda é a coisa mais importante no Natal; e, para os nossos netos, também os presentes, claro!

“Para mim, a música ainda é a coisa mais importante no Natal”

Há algum momento natalício da sua juventude que moldou a maneira como hoje vive e cria estes grandes espetáculos temáticos, como este do Natal?
Sim, as missas na Igreja de Saint Servatius, onde eu cantava com o meu irmão Robert. Cantávamos várias vezes ao dia. Era muito trabalho, mas também muito impressionante. As luzes, a música e, claro, o espírito da época.

O que tenta preservar desse espírito de infância quando cria um concerto como “Christmas in My Hometown”?
Quero torná-lo realmente bonito e inesquecível. Normalmente, o MECC [centro de conferências de Maastricht] onde atuamos é um salão de congressos, sem qualquer atmosfera. Decorei-o lindamente, comprei candelabros especiais de Veneza, temos tapetes vermelhos, luzes maravilhosas e um grande e acolhedor mercado de Natal.

E, claro, duas pistas de gelo, 300 bailarinos e patinadores do gelo. Quero realmente tornar esta noite um momento que o meu público irá apreciar como o ponto alto do Natal deste ano.

Os seus concertos de Natal em Maastricht tornaram-se um fenómeno global. O que é que este espetáculo lhe permite expressar que os seus outros concertos não permitem?
Viajo pelo mundo durante todo o ano para levar música e alegria ao meu público e fãs, mas estou sempre em casa no Natal. Para mim, esta é a época para cantar e divertir-me, de amor e romance. E nenhuma outra ocasião festiva tem tanta música maravilhosa. Por exemplo, eu não poderia dar concertos de Páscoa, porque não há música, além de vários oratórios de Páscoa, que é claro que não tocamos. Mas a música de Natal eu só posso tocar em dezembro. Canções como Silent Night, Holy Night, Jingle Bells, Minuit Chrétien, We wish You a Merry Christmas, All I Want for Christmas is You e muitas outras.

Este ano marca o 200.º aniversário do nascimento de Johann Strauss. O que ainda o surpreende ou inspira no legado de Strauss, tantos anos depois?
As melodias maravilhosas! Strauss tinha uma criatividade infinita na composição. Ele era realmente um génio da sua época. As suas valsas são tão habilmente escritas e também difíceis de tocar, mas ainda assim parecem fáceis e divertidas quando tocadas corretamente. Ele tinha cinco orquestras e era uma verdadeira estrela pop da sua época.
André Rieu tem já concertos previstos para Portugal para o próximo ano. Serão em outubro, a 29 e 30 de outubro, na Meo Arena. Será uma oportunidade para assistir, em Lisboa, ao “Rei da Valsa” e à sua orquestra numa experiência mágica.
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