O monstro da dívida

Actualmente, praticamente um terço das empresas portuguesas já está na lista negra da banca, devido ao nível de crédito malparado. O número de companhias nesta situação mais do que duplicou desde o início do século, o que preocupado patrões e Estado. No entanto, a solução não é fácil. Que o diga António Saraiva, presidente da presidente da…
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O nível de endividamento das empresas nacionais está acima da média europeia. As consequências têm sido nefastas tanto para companhias como para os bancos.
Economia

Actualmente, praticamente um terço das empresas portuguesas já está na lista negra da banca, devido ao nível de crédito malparado. O número de companhias nesta situação mais do que duplicou desde o início do século, o que preocupado patrões e Estado. No entanto, a solução não é fácil. Que o diga António Saraiva, presidente da presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que tem lutado para que as empresas fiquem menos “estranguladas” pelas dificuldades de tesouraria, que foram agravadas com a crise financeira que atirou Portugal para um resgate. Os fornecedores passaram a ser mais exigentes com os pagamentos, não porque duvidem das empresas nacionais, mas porque temem pela saúde económica do país, esclarece.

Entre as micro, as pequenas e as médias empresas, a falta de pagamento ultrapasse os 25% das empresas com créditos contratados.

No entanto, é preciso pôr mãos à obra no que à concessão de crédito diz respeito, defende Saraiva. Por isso, vê com bons olhos o novo programa ‘Capitalizar’, que disponibilizará cinco linhas de crédito a pequenas e médias empresas, com spreads mais baixos do que os pedidos pelos bancos. Com investimento, acredita o responsável, as empresas poderão ganhar folga para fazer face aos seus compromissos financeiros. Até porque, realça, para se mudar o sistema de financiamento, é preciso que as empresas tenham dinheiro. Mas o presidente da CIP pede mais ao Executivo: quer previsibilidade da política fiscal e diminuição dos custos da energia e da burocracia. Tudo por um ambiente empresarial mais competitivo. E consequentemente, por uma banca mais saudável – é que a dívida vencida das empresas nos balanços dos bancos estará perto dos 30 mil milhões de euros.

 

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