Até agora como estava estruturado o negócio da Discovery Hotel Management?
A DHM – Discovery Hotel Management é a marca de gestão criada no seio do Discovery Portugal Fund com o objetivo de gerir um conjunto de unidades hoteleiras. A DHM integra uma equipa de profissionais qualificados nas diferentes áreas do setor e tem como objetivo maximizar o valor das unidades que gere, através de investimentos de reposicionamento com base em conceitos e modelos de gestão inovadores. A DHM existe há oito anos em Portugal e durante este período de tempo reabilitou e reabriu 18 unidades hoteleiras em diversas zonas do país. Na sua grande maioria ativos em dificuldades financeiras, e numa grande diversidade paisagística e arquitetónica. Hoje chegamos a um ponto, em que, todas estas unidades estão operacionais, com níveis sofisticados de serviço e perfeitamente integradas na operação conjunta da DHM, empregando 1.300 pessoas no seu conjunto e com um total de 600 mil visitas anuais.
Hoje abrem um novo ciclo para esse portfólio…
A marca Octant, que agora lançamos, pretende agrupar oito das nossas unidades hoteleiras, aquelas que segmentámos como design hotels num segmento premium em termos de serviço ao cliente. Além disso, pretendemos consolidar a ligação dos clientes aos locais onde se inserem estas unidades, proporcionando aos hóspedes experiências autênticas e singulares.
Quais as unidades que vão adotar a marca Octant?
O lançamento da nova marca significa que os nossos hotéis Douro41 Hotel & Spa, Palácio da Lousã Boutique Hotel, Évora Farm Hotel & Spa, Santiago Hotel Cooking & Nature, Praia Verde Boutique Hotel, Vila Monte Farm House, Azor Hotel e Furnas Boutique Hotel passarão a designar-se Octant Hotels com as respetivas localizações. O portfólio do grupo integra um conjunto único de boutique hotels em todo o país, que passarão a designar-se Octant Hotels. Este será o conjunto inicial de unidades que farão parte da nova marca. São hotéis muito singulares, com localizações e especificidades muito próprias. Cada hotel da Octant é único e irrepetível.
Quais os elementos da nova marca Octant Hotels que vão fazer a diferença no mercado?
Acreditamos que o que mais diferencia é que repensámos a hotelaria para oferecer não uma dormida, mas uma verdadeira experiência que se materializa em eixos fundamentais da marca: o localismo e a liberdade. A marca Octant Hotels alicerça-se nestes dois conceitos base e que estarão muito presentes em tudo aquilo que proporcionamos aos nossos clientes. Por um lado, cada um destes hotéis pretende ser o melhor local para uma estadia integrada com a região onde se encontra, o local perfeito para se viver essa região. Oferecem em comum um alto nível de arquitetura plenamente integrada na paisagem, um nível de conforto muito elevado e uma ligação às respetivas regiões que se expressa na gastronomia local, nas experiências que oferece aos seus clientes e ainda numa forte aposta em fornecedores locais. Por outro lado, pretende-se que estes hotéis possam ser desfrutados com o máximo de liberdade, como por exemplo sem horários rígidos para o check in, para o pequeno-almoço ou para a utilização das piscinas, spas e outros amenities.
Quais as nacionalidades que a marca poderá atrair?
Relativamente aos nossos objetivos, em primeiro lugar estamos a olhar para o nosso público interno, aproveitando o movimento crescente que existe e que a pandemia acelerou de redescoberta do nosso país. Depois Espanha, Reino Unido e Alemanha, mercados já com conhecimento do nosso país e onde o word-of-mouth já existe, exponenciando a procura. Por último, importa destacar o Brasil e os Estados Unidos onde nos últimos anos a marca Portugal chegou e que, por isso, apresentam um grande potencial de crescimento. Costumamos dizer internamente que alguém passa a ser nosso cliente no momento em que sai de casa para nos visitar e que nunca mais deixará de o ser. A nossa obrigação é garantir que sairá satisfeito e com ótimas memórias, que fomos responsáveis com o tempo que nos “emprestou”. Não nos importa de onde vêm. Importa que aqui venham e que voltem.
Qual o investimento previsto para a expansão das unidades sob a nova marca?
Mais do que valores de investimento, este momento irá permitir a expansão de algumas das nossas unidades hoteleiras. Para dar alguns exemplos: iremos construir 20 villas no Octant Douro e quatro villas no Octant Évora e nos Octant Praia Verde, Vila Monte, Furnas e Santiago cerca de 20 a 25 novos quartos. Por outro lado, este lançamento permitiu o desenvolvimento e nivelamento do serviço nos oitos hotéis, e até mesmo a construção de novas facilities em alguns deles. É o caso, por exemplo, do recém-inaugurado SPA no Octant Lousã, da nova suite pool no Octant Douro, do aquecimento das piscinas no Octant Vila Monte, só para referir alguns exemplos.
Os ativos de turismo que estão sob a alçada do Fundo Discovery são para manter ou equacionam alienar alguns projetos?
Na Discovery Hotel Management (DHM), enquanto equipa de gestão, estamos focados na criação de valor para os nossos atuais ativos. É esse o nosso principal objetivo: melhorar a eficiência e otimizar a operação das nossas unidades hoteleiras.
É possível divulgar alguns dados financeiros sobre esta componente do turismo?
De momento, podemos adiantar que estimamos que estas oito unidades hoteleiras que compõem a Octant Hotels representarão 50% do volume de negócios da DHM em 2022.
O setor do turismo foi um dos mais penalizados com as restrições trazidas pela pandemia. Face a este cenário, qual o impacto que sentiram no vosso negócio?
Estamos seguros de que o lançamento desta nova marca – e sobretudo o serviço e a experiência em hotelaria que estamos a proporcionar aos nossos clientes – irá ser fundamental neste momento de retoma do turismo. A nossa proposta de valor é única e distintiva, o que nos permite estar bastante otimistas. Este projeto é estruturante para a empresa e baseado numa visão de longo prazo que passa pela melhoria constante dos ativos que fazem parte do nosso portefólio.
Avançar com uma nova marca, nesta fase, é uma oportunidade ou ainda acarreta alguns riscos?
A pandemia permitiu-nos um importante momento de análise e reflexão sobre a forma como queríamos estar no mercado. Desenvolvemos vários estudos que nos permitiram conhecer melhor as motivações dos consumidores. Esta nova marca é um importante passo na nossa estratégia de posicionamento no mercado.
Mas a pandemia obrigou a adiar investimentos?
A marca está em desenvolvimento desde 2020, mas sempre com a intenção de ser lançada ao mercado em 2022. Desde essa altura procedeu-se a um intenso trabalho das várias áreas da empresa que vão desde a criação da própria marca e da sua identidade visual, ao desenvolvimento e nivelamento de níveis de serviço nos oitos hotéis, até à construção de novas facilities em alguns deles. É o caso, por exemplo, do recém-inaugurado SPA no Octant Lousã, da nova suite pool no Octant Douro, do aquecimento das piscinas no Octant Vila Monte, só para referir alguns exemplos.
Como antecipa a evolução do setor do turismo, mais uma vez, tendo em conta o cenário de pandemia?
Estamos convictos de que 2022 será um ano decisivo para o setor do turismo e os indicadores assim o dizem: os portugueses estão a retomar as suas viagens de lazer, temos de novo uma maior afluência de estrangeiros a visitar o nosso país e isso permite estarmos confiantes no futuro próximo.
No caso da DHM, essa retoma já está em marcha?
No nosso caso concreto, e de uma forma global, os ativos que gerimos na Discovery Hotel Management (DHM) têm apresentado resultados francamente positivos e estamos certos de que atingirão um ano recorde em 2022. O sucesso deve-se ao investimento que temos feito ao nível do reposicionamento de algumas unidades hoteleiras, sendo que a maioria do nosso portefólio está em fase de consolidação e crescimento e continuamos numa fase de investimentos e expansões. A nova marca Octant Hotels, que agora anunciamos, é um reflexo disso mesmo: o compromisso que temos com a criação de um grupo hoteleiro distintivo e relevante no nosso mercado.