Num momento em que o empreendedorismo é palavra-chave em qualquer discurso sobre futuro da economia e empregabilidade, Fernando Ferreira abre-nos o “livro” da sua história empresarial, na qual uma boa ideia se transformou numa grande companhia com presença em quase uma dezena de países. “Sonhar é a primeira etapa de qualquer projecto”, assegura-nos, vincando que não se deve esperar que o Estado faça tudo, mas sim “arregaçar as mangas e suar muito”.
A sua FF nasceu no final do século, passando, nestes menos de 20 anos, de start-up a holding de sucesso. Agrega hoje 17 empresas – “todas autossustentáveis”, garante – , que somaram cerca de 29 milhões de dólares de receita no ano passado. A dar o arranque em 1999 esteve o impulso empreendedor de quem se formara dentro de grandes empresas em Portugal e Angola, e decidiu investir 25 mil dólares num país ainda fustigado pela guerra civil que recrudesceu naqueles anos em que Fernando emigrou para desenvolver a sua formação académica e profissional em electrónica e informática, após ter passado à reserva militar em 1992, com o grau de 2.º Tenente.
Como planeia o empresário nascido no Golungo-Alto – Cuanza Norte, uma entre a dezena de províncias onde o grupo FF tem actividade nacional – reforçar a sua empresa em tempos exigentes na conjuntura económica e financeira do país, enquanto continua a mergulhar no conforto da “família maravilhosa” que se regozija de ter e na paixão pela música, artes, teatro e leitura, é o que lhe damos a conhecer nesta edição.