A Ifthenpay é uma fintech portuguesa especializada em pagamentos digitais para empresas, como referências Multibanco, MBWay, Payshop, Visa/Mastercard.
Originária de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, a Ifthenpay conta já com mais de 18 anos, tendo apresentado um volume de negócios de 4.985€ milhões no exercício de 2022, com mais de 24.000 entidades aderentes ao seu serviço em todo o território nacional e também no estrangeiro. No ano passado, movimentou um volume total de pagamentos de 1.053.162.000€, um crescimento de 24%.
Nuno Breda, Co-CEO e Cofundador da Ifthenpay, explica à FORBES o que tem permitido que a empresa apresente uma solidez no seu crescimento.
Quando se fala de pagamentos digitais, há vários nomes de empresas que vêm à mente dos consumidores. Contudo, a Ifthenpay não é uma delas, embora conte já mais de 18 anos. A que se deve isso?
Os clientes da Ifthenpay são as empresas e não o consumidor final. No mundo das empresas, particularmente aquelas que estão mais ligadas ao comércio online, somos bastante conhecidos e uma referência no mercado. As empresas de tecnologias que produzem software ou plataformas em que há integração de pagamentos, também nos conhecem bem, e integram, desde há muitos anos, as nossas soluções de pagamento nas suas plataformas. Temos mais de 24.000 empresas aderentes. Naturalmente, para o consumidor final, a nossa gateway é transparente, e apesar de em Portugal, no ano de 2022 termos intermediado mais de mil milhões de euros de pagamentos, maioritariamente vendas online, a maior parte das pessoas nem sabe que por trás de todos esses pagamentos está a Ifthenpay. Mas é desejável que assim seja, pois significa que o pagamento decorreu de forma simples, rápida, transparente e sem sobressaltos.
“Os clientes da Ifthenpay são as empresas e não o consumidor final”
Para quem não vos conhece, como apresentariam a Ifthenpay?
A Ifthenpay é uma empresa de pagamentos digitais que apresenta uma solução integrada que proporciona o acesso a vários métodos de pagamento aos seus clientes. Qualquer cliente Ifthenpay, pode oferecer aos seus próprios clientes a possibilidade de estes comprarem mais facilmente os seus produtos/serviços, efetuando o respetivo pagamento da forma que lhes for mais conveniente. Seja por Multibanco, MBWAY, Cartão de Crédito, TPA, ou Payshop, todo o processo é gerido de forma fácil e na mesma plataforma.
A empresa é originária de Santa Maria da Feira. Nasceu tendo por detrás que investidores?
Os próprios Sócios-Gerentes foram sempre os únicos investidores da Ifthenpay.
Atualmente, quem são os acionistas?
Os dois Co-CEOs, Filipe Moura e Nuno Breda.
Em termos de volume de negócios, a empresa tem tido um crescimento quase exponencial, ano após ano. Quais os fatores que têm permitido esse crescimento?
A combinação de fatores, internos e externos, contribuiu para este crescimento. Inicialmente, a visão do negócio foi determinante. A ideia de democratizar o método de pagamento digital por multibanco, levando-o a todos os clientes, independentemente da sua dimensão, foi a primeira aposta ganha e deu-nos a visão clara do caminho a seguir. Depois, trouxemos estes pagamentos digitais para o comércio online. Fomos inovando constantemente, incluindo novos métodos e soluções digitais. Nunca tivemos dúvidas de que o futuro das transações comerciais seria digital. E tudo isto, no “time to market” exato. Fatores externos, como a pandemia, vieram acelerar ainda mais o já crescente comércio eletrónico, fazendo naturalmente crescer também o volume dos respetivos pagamentos.
Quais são os principais indicadores da empresa e que evolução têm tido nestas quase duas décadas?
O principal indicador de qualquer empresa como a Ifthenpay, é o volume de pagamentos. No nosso caso, este indicador tem sido muito consistente, particularmente nesta última década, acompanhando o crescimento do comércio eletrónico. Outros indicadores mais técnicos, também tem a sua importância, como por exemplo o número de novos clientes e os montantes transacionados. Na Ifthenpay, o passa palavra entre clientes é determinante e acaba por ser um excelente indicador da qualidade do serviço prestado.
No período de existência da Ifthenpay, o digital ganhou uma dimensão avassaladora. Como é que a empresa se adaptou?
A Ifthenpay sempre acreditou que o futuro seria digital e não nos foi difícil prever que os crescimentos nesta área seriam muito grandes e rápidos. Desde o início procuramos desenhar uma máquina que fosse evolutiva, com o máximo de automação possível e capaz de dar resposta a necessidades cada vez maiores.
Quais são os métodos de pagamento mais utilizados, atualmente?
Em Portugal, o Multibanco continua a ser um método muito utilizado, sobretudo, entre os menos jovens. Os mais jovens já preferem outros métodos, como por exemplo o MBWAY. E claro que o cartão de crédito continua a ser imbatível nas transações internacionais.
Há algum novo método de pagamento que estejam a pensar introduzir em breve? Qual?
Estamos sempre atentos a novos métodos, temos procurado introduzir alguns métodos locais internacionais no sentido de auxiliar os nossos clientes a exportarem. A nossa gateway tem evoluído sempre, acompanhando as tendências e os novos métodos de pagamento mais relevantes para os nossos clientes.
Em termos de evolução dos métodos de pagamento, que evolução e que mudanças houve nestes 18 anos: o que se usava há duas décadas e perdeu força e, inversamente, o que era inexistente e hoje é incontornável?
A tecnologia evolui sempre, e o processo evolutivo é universal e incontornável. Os métodos de pagamento assentes em tecnologia evoluem da mesma forma. O pagamento pelo telefone e o aparecimento das primeiras moedas digitais são alguns dos marcos mais relevantes desta evolução.
A transformação digital agilizou os meios de pagamento, mas também criou desafios acrescidos, designadamente ao nível da cibersegurança. Como veem a exposição ao risco dos pagamentos e como é que, como empresa fintech, se prepararam, para estar à altura?
Hoje o risco de ciberataque está sempre presente em todas as organizações, sejam de pagamentos ou não. Sempre que existe valor a circular, quer seja na forma monetária, quer seja na forma de informação sensível, há sempre quem tenha interesse em roubar esse valor. As fintechs têm uma responsabilidade acrescida e têm de mitigar esses riscos de várias formas: primeiro identificando os riscos a que estão sujeitos, avaliando a sua probabilidade e o seu impacto e identificando e protegendo a informação sensível; depois criando sistemas de proteção lógica e física a todos os sistemas críticos; em termos de recursos humanos é também fundamental termos pessoas especializadas em segurança informática e com formação contínua nessa área. Mas também tem de haver uma cultura, sensibilização e formação constante de todas as pessoas para estes riscos, nas tarefas que desempenham no dia a dia. E, além da identificação, prevenção e proteção, é também muito importante preparar a empresa para a resposta a dar quando um ataque ocorrer. É fundamental ter um plano de recuperação bem detalhado, com as respostas a dar a cada situação, com soluções alternativas e de contingência, de forma a manter os níveis de serviço desejáveis.
Já foram alvo de algum ataque (ou tentativa de ataque) informático nestes anos? Em caso afirmativo, que tipo de ataque foi e que consequências teve?
Procuramos sempre fazer tudo o que está ao nosso alcance para estar o mais protegidos possível. Afortunadamente, nunca fomos alvo de nenhum ataque.
Que novas tendências estão a formar-se neste mundo dos pagamentos?
O mundo espera uma resposta da tecnologia para resolver as questões de segurança e rapidez nos pagamentos. Os maiores players do mercado continuam a investir muito nesta área. É espectável que a inteligência artificial dê um contributo decisivo nesta matéria, sobretudo na área da segurança. Até lá estão a ser dados passos nesse sentido com os pagamentos sem contacto, instantâneos pelo telefone e recorrendo a moedas digitais.
Que metas se propõem atingir neste 2023?
Está sempre no nosso roadmap manter este crescimento consistente. Iremos acrescentar novos serviços à nossa plataforma, reforçando a importância do conceito omnichannel, com a gestão de todos os nossos serviços num só canal. A experiência do utilizador continuará a ser uma prioridade e a imagem de marca da Ifthenpay.