O primeiro semestre deste ano foi marcado por um agravamento da incerteza económica, penalizando a confiança dos investidores. Conflitos geopolíticos a nível mundial e ainda a guerra comercial iniciada pelo executivo de Donald Trump em nada ajudaram a restaurar esta confiança. Como consequência disto, o número total de negócios realizados no mundo ressentiu-se, ainda que ligeiramente.
Alguns mercados demonstraram resiliência e outras regiões até conseguiram um crescimento de dois dígitos no número de negócios, mas o crescimento global foi negativo.
Assim, segundo os dados compilados pela GlobalData, multinacional de recolha e análise de dados setoriais, a atividade global de transações, que incluiu fusões e aquisições (M&A), private equity e financiamento de capital de risco, apresentou um quadro complexo nos primeiros seis meses de 2025. O número total de transações anunciadas globalmente, comparativamente ao primeiro semestre do ano anterior, diminuiu aproximadamente 1,7%, em média. Alguns mercados demonstraram resiliência e outras regiões até conseguiram um crescimento de dois dígitos no número de negócios, mas o crescimento global foi negativo.
Segundo a empresa de dados, o número de negócios de capital de risco caiu 5% globalmente, enquanto as transações de capital privado caíram 8%. Porém, em contraciclo, a atividade de fusões e aquisições permaneceu relativamente estável.
Europa também enfrentou adversidades
O panorama mundial dos negócios foi, como habitualmente, dominado pela América do Norte, e, sobretudo, pelos Estados Unidos. No entanto, este mercado registou uma contração de 3% no volume global de transações, tendo os Estados Unidos uma quebra de 2%. O Médio Oriente e África, bem como a América do Sul e Central, também registaram um declínio, com uma queda anual de cerca de 9% para ambas as regiões.
Também a Europa mostrou algumas adversidades: apresentou uma quebra de 3% nas suas transações, com o Reino Unido, tradicionalmente o principal mercado europeu, a cair na mesma percentagem. No entanto, a Alemanha e a Suécia mostraram resiliência, com o volume de transações a permanecer praticamente no mesmo nível. Por outro lado, em contraciclo, a França, a Finlândia e a Bélgica registaram um aumento de cerca de 4%, 17% e 21% respetivamente.
Embora o declínio geral na atividade global de transações possa ser preocupante, a resiliência demonstrada por certos mercados sugere oportunidades pontuais. A região Ásia-Pacífico emergiu como um ponto positivo.», diz Aurojyoti Bose, analista principal da GlobalData.
Por outro lado, a região Ásia-Pacífico mostrou resiliência, com um crescimento anual de cerca de 3%, impulsionado pelo aumento da atividade na Índia e no Japão, que registaram um crescimento de dois dígitos. A Índia e o Japão viram o seu volume de transações aumentar cerca de 12% e 25%, respetivamente, no primeiro semestre de 2025.
“O panorama global das transações foi uma mistura de cautela e resiliência no primeiro semestre de 2025. Embora o volume geral de transações tenha sofrido um ligeiro declínio em comparação com o ano anterior, certas regiões e países demonstraram resiliência, sugerindo uma interação complexa de fatores. A tendência entre os diferentes tipos de transações também permaneceu mista”, referiu, a propósito, Aurojyoti Bose, analista principal da GlobalData. E mesmo especialista diz ainda que «Embora o declínio geral na atividade global de transações possa ser preocupante, a resiliência demonstrada por certos mercados sugere oportunidades pontuais. A região Ásia-Pacífico emergiu como um ponto positivo.»
