O arranque do ano de 2023 fica marcado pelo aumento das insolvências em Portugal. Os dados da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos demonstram um incremento de quase 9% das insolvências em janeiro face ao mesmo período do ano passado.
As projeções da Allianz Trade, acionista da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, apontavam, no final do ano passado, para uma subida de 20% das insolvências, em Portugal, em 2023, devido ao agravamento das pressões inflacionistas sentidas na economia mundial, à crise energética e às perturbações nas cadeias de abastecimento.
Para o conjunto da Zona Euro, as estimativas apontavam, na altura, para que as insolvências avançassem 18% em 2023. Já ao nível da União Europeia, as contas da líder mundial em seguro de créditos apontavam para que as insolvências crescessem 17% neste ano.
Assim, para já, o ano arranca com um acréscimo de 9% em termos de empresas que fecham as portas.
Serviços e Construção, os setores mais afetados
O setor dos Serviços e o da Construção foram as duas áreas de atividade mais afetadas. Em sentido oposto, os setores da energia, computadores e telecomunicações foram onde se verificou um menor número de insolvências, à semelhança do que aconteceu no ano passado. Em termos de localização geográfica, é nos distritos de Lisboa e do Porto onde se verifica o maior número de empresas insolventes, o que não representa uma novidade dado o número de empresas presentes nestas regiões.
“Depois de dois anos de pandemia, em que as insolvências se mantiveram em níveis baixos, graças aos apoios dados à economia, a escalada da inflação em 2022, após a eclosão da guerra na Ucrânia, foi desafiante para muitas empresas devido ao aumento galopante dos custos. Ainda que a maioria das empresas tenha sido impactada pelos efeitos da inflação, há algumas, em particular em alguns setores mais vulneráveis, que não conseguiram subsistir ao enquadramento económico”, afirma Vassili Christidis, CEO da COSEC.