Quando a rainha Isabel II morreu na tarde desta última quinta-feira, 8 de setembro, a coroa foi imediatamente passada para o seu filho mais velho e herdeiro, Carlos, de 73 anos, como parte do sistema de monarquia constitucional do Reino Unido.
Apesar de Carlos já ser rei, está prevista, contudo, mais tarde uma cerimónia – tradicionalmente realizada na Abadia de Westminster – para coroar oficialmente o novo monarca do Reino Unido que será conhecido como rei Carlos III.
Após Carlos, o primeiro na linha de sucessão ao trono é o seu filho mais velho, o príncipe William, que regularmente faz aparições públicas em nome da coroa ao lado da sua mulher Kate.
Em segundo lugar está o filho de 9 anos de William, George, que é um estudante do ensino básico e começa a participar com os seus pais em mais compromissos oficiais, tendo feito a sua estreia nas finais de Wimbledon este ano, uma tradição real.
Depois de George, os próximos na linha de sucessão são os seus dois irmãos mais novos, a princesa Charlotte, de 7 anos, e o príncipe Louis, de 4 anos.
O príncipe Harry, de 37 anos, irmão mais novo de William e segundo filho de Carlos com a princesa Diana, é agora o quinto na linha sucessória.
Os próximos na fila são o filho e a filha de Harry com a sua mulher norte-americana Meghan Markle, Archie (3 anos) e Lillibet Mountbatten-Windsor (1 ano), que residem na Califórnia depois de Harry e Meghan deixarem o cargo de membros da realeza sénior em 2020.
Depois dos filhos e netos de Carlos, o próximo na linha sucessória é o segundo filho de Isabel II, o príncipe Andrew (André), que se afastou dos deveres reais em 2019 devido à indignação pública por causa das suas ligações com o financeiro Jeffrey Epstein caído em desgraça (e encontrado morto em 2019 na prisão) por causa de um caso de tráfego de exploração sexual de jovens em que era responsável.
Andrew, que foi processado nos EUA por alegações de que abusou sexualmente uma adolescente americana traficada por Jeffrey Epstein, chegou, em fevereiro deste ano, a um acordo extra judicial com a mulher que o acusava de abuso sexual quando ainda era menor de idade, Virginia Giuffre, para evitar um julgamento. A quantia do acordo não foi revelada, embora o Telegraph avançasse com um valor de 12 milhões de libras (cerca de 13,8 milhões de euros) parte dos quais pagos pelos fundos privados da rainha Isabel II.
O décimo lugar na linha de sucessão é ocupado pela filha mais velha de André, Beatriz, de 34 anos.
As regras de sucessão à coroa britânica foram atualizadas em 2013, com um decreto que acabou com o privilégio dos filhos barões a serem herdeiros, o que fazia com que os irmãos mais novos, mesmo tendo nascido depois, passassem à frente das irmãs mais velhas. Esta nova regra passou a aplicar-se a todos os membros da família real nascidos após 28 de outubro de 2011.
A princesa Charlote, filha de William e Kate Middleton, foi a primeira a beneficiar desta norma. Quando o seu irmão, príncipe Louis, nasceu, a princesa não desceu na lista de sucessão.
Isabel II morreu esta quinta-feira no Castelo de Balmoral, a sua residência privada na Escócia, depois do Palácio de Buckingham ter anunciado no início do dia que ela tinha sido colocada sob supervisão médica já que o seu estado de saúde preocupava.
Membros da família real, incluindo William, Andrew e o terceiro filho de Isabel, Edward, e a sua mulher Sophie foram fotografados a chegar à Escócia para estar junto da rainha, de 96 anos.
Embora o soberano do Reino Unido seja o chefe de estado oficial, ele não desempenha qualquer papel político ou executivo no governo britânico na atualidade. Os reis e rainhas britânicos assumem, contudo, deveres constitucionais e representativos durante o ano todo com o apoio da sua família imediata.
Carlos assumiu alguns dos deveres reais da sua mãe nos últimos anos. No início deste ano, Isabel indicou que gostaria que a segunda mulher de Carlos, Camilla, se tornasse rainha consorte em vez de princesa consorte – um movimento amplamente visto como o consentimento de Isabel ao casal após os seus muitos anos difíceis aos olhos do público.
O Palácio de Buckingham confirmou, de resto, no comunicado anunciando a morte de Isabel II, que Camilla é agora rainha consorte.
