O presidente dos EUA Donald Trump emitiu uma declaração que impõe uma taxa anual de US$ 100.000 (algo como 85 mil euros) sobre os pedidos de visto H-1B, usados por empresas para contratar trabalhadores qualificados vindos do estrangeiro, naquilo que é visto por muitos como um obstáculo para a indústria de tecnologia dos EUA, pois atrapalhará o processo de contratação de empresas como Amazon, Apple e Google.
Esta nova taxa terá de ser custeada pelas empresas que solicitarem a vinda de trabalhadores de outros países. O valor de 100 mil dólares não surge por acaso. A Associated Press refere que muitos dos trabalhadores estrangeiros, a maioria indianos, que chegam aos EUA estão dispostos a trabalhar por apenas 60.000 dólares por ano, menos do que os 100.000 dólares normalmente pagos a trabalhadores norte-americanos da área da tecnologia. Logo, com a taxa de 100 mil dólares, Trump quer que as tecnológicas percam a vantagem de ter nas suas fileiras estrageiros.
O secretário do Comércio, Howard Lutnick, veio afirmar que na passada sexta-feira “todas as grandes empresas” foram notificadas sobre a nova taxa que já entrou em vigor. Lutnick acrescentou: “Se [as empresas] vão treinar alguém, treinem um dos recém-formados de uma das grandes universidades do nosso país”. Deedy Das, sócio da empresa de capital de risco Menlo Ventures, tem, contudo, outra perspetiva do assunto, declarando que as taxas adicionais são “um desincentivo para atrair os talentos mais inteligentes do mundo” para os EUA e que “se os EUA deixarem de atrair os melhores talentos, isso reduzirá drasticamente a sua capacidade de inovar e fazer crescer a economia”.
O programa de vistos H-1B, estabelecido pela Lei de Imigração de 1990 durante o governo do ex-presidente George H.W. Bush, permite que empresas sediadas nos EUA empreguem temporariamente trabalhadores estrangeiros em ocupações que exigem um “conjunto de conhecimentos altamente especializados” e um diploma de bacharelado ou superior.
As indústrias elegíveis ao abrigo do programa de vistos H-1B incluem moda, medicina, engenharia, finanças, ciência da computação e arquitetura, entre outras, além dos participantes em projetos do Departamento de Defesa, de acordo com o Departamento de Estado.
Ao abrigo destas regras, uma empresa empregadora terá de apresentar petições H-1B ao Departamento do Trabalho em nome do trabalhador, conhecidas como I-29 e, se aprovadas, o trabalhador solicita um visto antes de entrar nos EUA. O pagamento exigido é de US$ 780 para a petição.
O período máximo concedido para trabalhadores H-1B é de seis anos, embora os empregadores possam solicitar a prorrogação desse estatudo do visto em períodos de três anos, se elegíveis.
20%. Essa é a percentagem estimada de pedidos de visto H-1B aprovados a cada ano, de acordo com um estudo da National Foundation for American Policy, uma organização sem fins lucrativos dedicada a políticas públicas.
Que empresas contratam mais trabalhadores com vistos H-1b?
A Amazon empregava o maior número de trabalhadores (10.044) com vistos H-1B em 30 de junho, seguida pela Tata Consultancy Services (5.505), Microsoft (5.189), Meta (5.123), Apple (4.202) e Google (4.181), de acordo com dados federais. Outros empregadores importantes de H-1B incluem Cognizant Technology Solutions (2.493), JPMorgan Chase (2.440), Walmart (2.390) e Deloitte Consulting (2.353).
Ty Roush/Forbes Internacional