Desde o início do ano e até 31 de agosto, nasceram em Portugal um total de 27.250 novas empresas. Este número representa um crescimento de 11,4% face ao mesmo período do ano passado, embora o mês de agosto tenha registado valores mais baixos que o mesmo mês de 2020, revela o Barómetro Informa D&B.
Apesar da recuperação face ao período homólogo, este valor de novas empresas está ainda 20,7% abaixo do que foi registado de janeiro a agosto de 2019 (quando se constituíram 34.347 empresas), antes da pandemia de COVID-19.
Segundo o Barómetro Informa D&B, a agricultura e outros recursos naturais e atividades imobiliárias são os únicos setores em que os valores de 2021 superam os de 2019, com pequenos crescimentos de 0,7% e 1,6%, respetivamente.
Transportes, Alojamento e restauração e Serviços gerais são os setores mais distantes dos valores de 2019, com -61%, -33% e -32%, respetivamente.
Subsetores mostram maior sensibilidade à pandemia
“É nos subsetores que fica mais à vista a sensibilidade das diversas atividades à pandemia e ao modo como esta está a condicionar o empreendedorismo”, aponta a Informa D&B.
No Retalho, alguns subsetores já superam o número de empresas criadas em 2019, com grande destaque para o subsetor do comércio online, com um crescimento de 71,6%, que corresponde a mais 194 empresas deste tipo criadas em 2019.
O mês de agosto registou valores mais baixos ao nível da constituição de novas empresas do que o mesmo mês de 2020.
Nos Transportes, apesar de ser o setor com um maior recuo nas novas empresas face a 2019, fruto da grande queda do transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros, o subsetor das entregas postais e de courier está totalmente em alta, com um crescimento de 34,5%, facto que está relacionado com a atividade de retalho online, observam estes especialistas.
“Pelo lado negativo, destacam-se todos os subsetores do Alojamento e restauração, todos eles muito atrás de 2019 em termos de criação de novas empresas. O alojamento de curta duração e os estabelecimentos de bebidas destacam-se com recuos superiores a 40%”, declara a Informa D&B.
No setor dos Serviços gerais, a maior queda em novas empresas face a 2019 vem dos serviços turísticos, com menos 60,3%. Igualmente muito penalizados estão a ser os subsetores da saúde, desporto e bem-estar, tais como atividades médicas em ambulatório, dentistas, cabeleireiros, institutos de beleza e ginásios.
Encerramentos e insolvências
“Os encerramentos e as insolvências mantêm-se em suspenso, sobretudo devido às medidas de apoio que o Estado português colocou à disposição das empresas”, refere a Informa D&B.
Encerraram até 31 de agosto deste ano 7.525 empresas, menos 5% que no período homólogo. No mesmo período, registou-se uma descida de 12,1% nas novas insolvências (menos 188 processos). “De destacar que o setor que normalmente apresenta mais insolvências, a Indústria, foi onde ocorreu a maior descida, com menos 138 processos, sobretudo no subsetor Têxtil e moda”, conclui esta análise.